Avenida Corrientes
Um dos meus lugares favoritos em Buenos Aires é a Avenida Corrientes, em especial os quarteiröes ente o Obelisco e a Avenida Callao, que concentram uma enorme quantidade de teatros, livrarias e centros culturais. No sábado à noite fui assistir a uma peça por lá, com uma amiga argentina, e praticamente podiamos respirar arte ao longo daquelas quadras.
Queríamos assistir à "Morte do Caixeiro Viajante", mas os ingressos já estavam esgotados. Minha amiga sugeriu uma comédia argentina, "¿Estás ahí?", que terminou sendo um ótimo programa. É uma história que brinca com fantasmas para falar dos problemas de comunicaçäo entre casais, ganhou vários prëmios e é muito divertida.
Na saída, a avenida fica congestionada com o fluxo das pessoas que saem dos diversos espetáculos em cartaz, do público de classe média alta que busca os clássicos até a platéia mais popular das peças do teatro de revista, uma tradiçäo que continua forte na Argentina. Imagino que a Cineländia ou a Praça Tiradentes do Rio de Janeiro dos anos 40 e 50 devia se parecer um tanto com a Corrientes de hoje.
As livrarias locais também säo um show à parte. Buenos Aires é famosa pela quantidade de livrarias, mas hoje a maior parte delas pertence a grandes cadeias comerciais como Cúspide, Distal e El Ateneo. Contudo, na Corrientes ainda é possível encontrar um pouco da figura do velho livreiro e da livraria especializada, como aquelas dedicadas ao teatro ou às ciëncias sociais. Há muitas com um ambiente muito agradável, música ao fundo - em geral jazz ou bossa nova - e discussöes animadas.
Numa delas dois amigos discutiam e um citava Tom Jobim, "Tristeza näo tem fim, felicidade sim". Näo pude conter o riso, só mesmo a melancolia portenha para pescar um dos versos mais tristes do maestro. Coitados, eles näo fazem idéia do quanto säo felizes, e da cidade espetacular que possuem.
Ah, sim. Se vocë é tanguero deve estar se lembrando da letra do tango "A Media Luz", que cita a Avenida Corrientes:
Corrientes tres cuatro ocho,
segundo piso, ascensor;
no hay porteros ni vecinos
adentro, cocktel y amor.
Isto vem da época em que a avenida era a fronteira onde se podia escutar e dançar tango, depois dela vinha a zona "decente" da cidade, na qual o ritmo nascido nos bordéis portenhos näo era tolerado. Claro que hoje o tango é um símbolo nacional (ao lado do doce de leite, dizia Jorge Luís Borges), mas o endereço citado na cançäo virou um estacionamento. Contudo, a julgar pelos panfletos que se distribuem na Corrientes, ainda há nela muitos estabelecimentos como aquele descrito pelo compositor.
Queríamos assistir à "Morte do Caixeiro Viajante", mas os ingressos já estavam esgotados. Minha amiga sugeriu uma comédia argentina, "¿Estás ahí?", que terminou sendo um ótimo programa. É uma história que brinca com fantasmas para falar dos problemas de comunicaçäo entre casais, ganhou vários prëmios e é muito divertida.
Na saída, a avenida fica congestionada com o fluxo das pessoas que saem dos diversos espetáculos em cartaz, do público de classe média alta que busca os clássicos até a platéia mais popular das peças do teatro de revista, uma tradiçäo que continua forte na Argentina. Imagino que a Cineländia ou a Praça Tiradentes do Rio de Janeiro dos anos 40 e 50 devia se parecer um tanto com a Corrientes de hoje.
As livrarias locais também säo um show à parte. Buenos Aires é famosa pela quantidade de livrarias, mas hoje a maior parte delas pertence a grandes cadeias comerciais como Cúspide, Distal e El Ateneo. Contudo, na Corrientes ainda é possível encontrar um pouco da figura do velho livreiro e da livraria especializada, como aquelas dedicadas ao teatro ou às ciëncias sociais. Há muitas com um ambiente muito agradável, música ao fundo - em geral jazz ou bossa nova - e discussöes animadas.
Numa delas dois amigos discutiam e um citava Tom Jobim, "Tristeza näo tem fim, felicidade sim". Näo pude conter o riso, só mesmo a melancolia portenha para pescar um dos versos mais tristes do maestro. Coitados, eles näo fazem idéia do quanto säo felizes, e da cidade espetacular que possuem.
Ah, sim. Se vocë é tanguero deve estar se lembrando da letra do tango "A Media Luz", que cita a Avenida Corrientes:
Corrientes tres cuatro ocho,
segundo piso, ascensor;
no hay porteros ni vecinos
adentro, cocktel y amor.
Isto vem da época em que a avenida era a fronteira onde se podia escutar e dançar tango, depois dela vinha a zona "decente" da cidade, na qual o ritmo nascido nos bordéis portenhos näo era tolerado. Claro que hoje o tango é um símbolo nacional (ao lado do doce de leite, dizia Jorge Luís Borges), mas o endereço citado na cançäo virou um estacionamento. Contudo, a julgar pelos panfletos que se distribuem na Corrientes, ainda há nela muitos estabelecimentos como aquele descrito pelo compositor.
4 Comentarios:
Foi aí mesmo, na corrientes, que eu conheci um livreiro- Julio- que trabalhava na Libertango e agora está no CCC ( não confundir com "aquele" nosso CCC), ao lado, e sua estupenda seleção de CDs. Acaba que agora, quando vou a Baires, compro até música brasileira. A seleção dele é melhor do que a maioria das lojas daqui de Sampa. Vai lá!
Oi, Maray.
Sempre me surpreendo em como se escuta música brasileira por aqui, outro dia mesmo ouvi na Ateneo o CD de sambas da Marisa Monte, que ainda näo conhecia. Mas näo estou comprando nada do Brasil por aqui, isso faço no Rio de Janeiro!
Abs
Te falei que meu pai ficava cantando esse tango o tempo todo quando visitamos Buenos Aires? :)
Ha ha ha.. Näo, Nica, nem conhecia o lado tangüero do seu pai. Mas sempre que menciono a Corrientes, alguém canta o diabo desse tango.
Besos
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