As Más Notícias de Fenton
Nesta minha breve temporada carioca, me encontrei com uma amiga que acabou de voltar dos EUA e me emprestou uma penca de livros. O mais interessante foi “Bad News – the decline of reporting, the business of news, and the danger to us all”, do jornalista americano Tom Fenton, um correspondente veterano que trabalha em Londres para a CBS. O argumento básico é que a imprensa dos Estados Unidos falha em seu papel de informar o público a respeito da política internacional, o que aumenta os problemas que o país enfrenta em suas relações exteriores.
Boa parte do livro de Fenton é dedicada às dificuldades entre correspondentes internacionais e seus superiores nas empresas de comunicação, como desinteresse pelas notícias do exterior, que acabam ocupando espaço secundário diante de escândalos envolvendo celebridades ou amenidades que atraem atenção do público. Fenton relata espantosos cortes de custos por parte da CBS – em 2005, quando o livro foi publicado, a grande cadeia mantinha apenas 10 correspondentes, sendo 4 em Londres e dois temporários no Iraque e no Afeganistão. O autor também critica o sistema educacional americano pelas suas notórias deficiências em história e geografia, que formam pessoas com pouca disposição e capacidade para entender política internacional.
Há vários capítulos que atacam o conluio entre as grandes empresas de comunicação e o governo americano, e criticam a queda nos padrões de qualidade ao se tratar a notícia como espetáculo. Cenário que se repete em muitos países, diga-se de passagem. O que se destaca são suas entrevistas com os grandes âncoras do jornalismo americano, como Walter Cronkite, Peter Jennings e Dan Rather, que fazem um balanço não muito otimista do estado atual da profissão. É duro para qualquer repórter ler Cronkite dizendo que não assiste mais ao noticiário de TV, porque a maior parte dele é bobagem sensacionalista.
Fenton se refere com muita freqüência aos correspondentes exemplares do passado, como Edward Murrow (vejam o filme “Boa Noite e Boa Sorte”!), Ernest Pyle, Seymour Hersh e o próprio Cronkite como padrão de qualidade por seu trabalho na Segunda Guerra Mundial e no Vietnã. Sem dúvida, mas acho que eles seriam excepcionais em qualquer época e o cenário contemporâneo da “guerra ao terror” é de exaltação nacionalista, medo, racismo. Terreno perigoso para qualquer profissional que trabalhe com análise política, seja na imprensa, seja na universidade.
Tanto Fenton quanto Cronkite, Jennings e Rather identificam nos blogs o potencial para renovação do jornalismo, pelas possibilidades de informação imediata, direto do local, cobertura mais especializada, liberdade com relação às hierarquias organizacionais etc. Se os mestres afirmam, este blogueiro concorda.
Boa parte do livro de Fenton é dedicada às dificuldades entre correspondentes internacionais e seus superiores nas empresas de comunicação, como desinteresse pelas notícias do exterior, que acabam ocupando espaço secundário diante de escândalos envolvendo celebridades ou amenidades que atraem atenção do público. Fenton relata espantosos cortes de custos por parte da CBS – em 2005, quando o livro foi publicado, a grande cadeia mantinha apenas 10 correspondentes, sendo 4 em Londres e dois temporários no Iraque e no Afeganistão. O autor também critica o sistema educacional americano pelas suas notórias deficiências em história e geografia, que formam pessoas com pouca disposição e capacidade para entender política internacional.
Há vários capítulos que atacam o conluio entre as grandes empresas de comunicação e o governo americano, e criticam a queda nos padrões de qualidade ao se tratar a notícia como espetáculo. Cenário que se repete em muitos países, diga-se de passagem. O que se destaca são suas entrevistas com os grandes âncoras do jornalismo americano, como Walter Cronkite, Peter Jennings e Dan Rather, que fazem um balanço não muito otimista do estado atual da profissão. É duro para qualquer repórter ler Cronkite dizendo que não assiste mais ao noticiário de TV, porque a maior parte dele é bobagem sensacionalista.
Fenton se refere com muita freqüência aos correspondentes exemplares do passado, como Edward Murrow (vejam o filme “Boa Noite e Boa Sorte”!), Ernest Pyle, Seymour Hersh e o próprio Cronkite como padrão de qualidade por seu trabalho na Segunda Guerra Mundial e no Vietnã. Sem dúvida, mas acho que eles seriam excepcionais em qualquer época e o cenário contemporâneo da “guerra ao terror” é de exaltação nacionalista, medo, racismo. Terreno perigoso para qualquer profissional que trabalhe com análise política, seja na imprensa, seja na universidade.
Tanto Fenton quanto Cronkite, Jennings e Rather identificam nos blogs o potencial para renovação do jornalismo, pelas possibilidades de informação imediata, direto do local, cobertura mais especializada, liberdade com relação às hierarquias organizacionais etc. Se os mestres afirmam, este blogueiro concorda.
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