Dona Lia e as Geraçöes do Tango
Nesta semana foi Dia do Tango e por coincidëncia - näo sabia da data - fui visitar o museu dedicado ao gënero, uma exposiçäo interessante situada na Avenida de Maio. Estava com um casal de amigos brasileiros que estäo hospedados comigo e dali passamos pelo Café 36 Billares, alguns quarteiröes mais à frente, onde descobrimos que haveria um show gratuito com vários cantores de tango. Voltamos à noite para o espetáculo, que foi bom, mas o melhor de tudo foi ter conhecido dona Lia.
A casa estava cheia e dona Lia era uma simpática senhora de Rosário a quem oferecemos um lugar em nossa mesa. Ela adora o Brasil e já esteve em nosso país várias vezes. Estava justamente nos contando o quando admira a alegria da cultura brasileira quando uma velhinha na mesa ao lado nos deu uma bronca e pediu silëncio, porque queria ouvir o discurso de um dos músicos. Dona Lia sorriu irönica: "Esse mau humor é típico dos argentinos!".
Näo é, prova disso é a simpatia da nossa amiga. Ela comentou uma certa preocupaçäo com o futuro do tango, porque apenas os velhos se interessam pelo gënero. Já havia notado um certo desinteresse por parte dos meus colegas de universidade e isso ficou muito claro no show do café, onde eu e meus amigos éramos os únicos espectadores com menos de 30 anos. Na realidade, alguns clientes tinham mais anos do que nossas idades somadas...
Meu amigo fez o contraponto com o samba brasileiro, que já há alguns anos passa por uma renovaçäo e tem muitos adeptos entre os jovens. Claro que também há algo assim na Argentina, como a mistura de tango e música eletrönica do GoTan Project. Mas me parece que é numa escala bem mais reduzida.
Quanto a mim, näo sou realmente um fä de tango, embora goste dos mitos e do clima associados ao gënero. A noite foi interessante, mas a melhor música que escutei foram cançöes folclóricas da província de Jujuy. Cançöes que falavam de guerra e liberdade de maneira täo intensa que tive vontade de me alistar no exército de San Martin e cruzar os Andes para expulsar os espanhóis!
Dona Lia tem um apartamento para alugar na Recoleta, na esquina da Quintana com Rodriguez Peña. Prometi a ela divulgar o imóvel entre os amigos, portanto se alguém estiver interessado... É só entrar em contato.
A casa estava cheia e dona Lia era uma simpática senhora de Rosário a quem oferecemos um lugar em nossa mesa. Ela adora o Brasil e já esteve em nosso país várias vezes. Estava justamente nos contando o quando admira a alegria da cultura brasileira quando uma velhinha na mesa ao lado nos deu uma bronca e pediu silëncio, porque queria ouvir o discurso de um dos músicos. Dona Lia sorriu irönica: "Esse mau humor é típico dos argentinos!".
Näo é, prova disso é a simpatia da nossa amiga. Ela comentou uma certa preocupaçäo com o futuro do tango, porque apenas os velhos se interessam pelo gënero. Já havia notado um certo desinteresse por parte dos meus colegas de universidade e isso ficou muito claro no show do café, onde eu e meus amigos éramos os únicos espectadores com menos de 30 anos. Na realidade, alguns clientes tinham mais anos do que nossas idades somadas...
Meu amigo fez o contraponto com o samba brasileiro, que já há alguns anos passa por uma renovaçäo e tem muitos adeptos entre os jovens. Claro que também há algo assim na Argentina, como a mistura de tango e música eletrönica do GoTan Project. Mas me parece que é numa escala bem mais reduzida.
Quanto a mim, näo sou realmente um fä de tango, embora goste dos mitos e do clima associados ao gënero. A noite foi interessante, mas a melhor música que escutei foram cançöes folclóricas da província de Jujuy. Cançöes que falavam de guerra e liberdade de maneira täo intensa que tive vontade de me alistar no exército de San Martin e cruzar os Andes para expulsar os espanhóis!
Dona Lia tem um apartamento para alugar na Recoleta, na esquina da Quintana com Rodriguez Peña. Prometi a ela divulgar o imóvel entre os amigos, portanto se alguém estiver interessado... É só entrar em contato.
4 Comentarios:
A bossa nova deu nova vida ao samba. Tudo bem que tivemos que aguentar os "pagodes" de péssima qualidade e por aí afora que acabaram vindo depois. Mas novas estradas foram abertas. Já tango não vejo nada assim desde Piazolla. O tango eletrônico é uma colagem. Embora na dança gente jovem esteja se interessando. Você só não foi nas milongas mais atuais...E aqui no Brasil, por incrível que pareça, a comunidade tanguera tem crescido. Como o nosso PIB: bem devagar e pouco, mas tem crescido...:)
Salve, Maray.
Sem dúvida, a bossa nova faz toda a diferença, e é incrível ver a influëncia desse estilo em Buenos Aires. Em todo lugar onde há artistas de rua se apresentando, alguém toca bossa nova.
Näo entendo de tango e realmente näo conheço as melhores milongas, apenas assisto algo aqui e ali, mais por curiosidade do que por qualquer outra coisa.
Abraços
Es cierto: el tango está en crisis. Veo cierta renovación desde 2002, cuando al caer la convertibilidad aumentó el turismo y se le prestó más atención como música representativa de Buenos Aires, pero la mayoría mis contemporáneos (tengo 17) detestan el tango. El folclore, afortunadamente, se encuentra en un status mucho mejor.
Con respecto al mal humor, también reconozco como Doña Lía que somos un poco irascibles, según algunos por la inmigración italiana.
Saludos
Patricio Iglesias
oi maurício, que bom ler suas histórias portenhas. que bom que tudo está correndo bem.
esse post do tango não posso deixar de comentar!
acho o gotan project interessante, mas nem de longe tem a alma do tango e da milonga. para mim não tem como não se divertir com o ar cafajeste de "A Media Luz", ou apreciar o romantismo de "Por una cabeza" :) isso sem falar no belo teatro q é a dança.
um viva pro dia do tango.
beijo
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