Anpocs para coro e orquestra
- Eu sou a discórdia! A discórdia!
(seguem-se socos, empurrões e alguém é jogado na piscina)
- Quem é o cara?
- Não sei, parece uma cena do Glauber Rocha. Toda essa fúria barroca...
(briga na piscina, noite de abertura)
**
- A falta de curiosidade científica dos cientistas sociais é responsável por muitas barbaridades.
(José de Souza Martins, palestra sobre trabalho escravo e migrações internacionais)
**
- Acho que há um conflito de gerações entre acadêmicos. Estão sumindo aqueles velhos maîtres à penser.
- Mas você acha isso ruim? A nova geração é muito bem preparada do ponto de vista metodológico. E depois, o sujeito começa duende e só depois vira Gandalf.
(conversa em restaurante)
**
- Nunca vi tanta gente dura na minha vida. Só tem sociólogo e historiador. Não vendi uma assinatura de revista.
(papo nos estandes de editoras)
**
- Fui no GT coordenado pelo seu orientador. Achei uma droga. Visão conservadora, banalidades. Além disso ele é gago, tem língua presa e fala portunhol.
-Sentiu meu drama!
(diálogo de corredor entre doutorandos)
**
- Vai comprar algum livro?
- Não, estou com um Dostoievski me esperando. E quarta embarco para Buenos Aires, onde eles são bem mais baratos.
- Você vai respirar até lá ou também vai economizar ar?
- Respirarei com moderação. Estou em busca de bons ares.
(conversa de beira de piscina)
**
- Você quer dizer que ele saiu do hotel sem pagar?
- E fugiu de charrete!
(boletim de ocorrência que já entrou para o folclore da Anpocs)
**
- Adoro as publicações de vocês. Nem parecem do governo!
- Elas não são, senhora. Somos uma organização da sociedade civil. Mas as pessoas vivem me confundindo com funcionário do governo, não sei que mal faço a elas.
(papo de estande)
**
- Você viu a encenação do Lula?
- Ele ensaiou bem.
- Quero aprender isso. Faz parte do curso de vocês lá no laboratório de comunicação política?
(fofoca pós-debate)
**
- As ciências sociais estão virando uma legitimação do senso comum. Falta questionamento, ousadia, criatividade.
- Só vejo isso nas artes, na música, na literatura...
(desabafo em jantar)
**
- A gerente está dizendo que não tem como confirmar nosso depósito.
- Mas passei o fax para ela!
- Ok, vamos tentar resolver isso. Mas em todo caso, reserve a charrete!
(check-out no hotel)
(seguem-se socos, empurrões e alguém é jogado na piscina)
- Quem é o cara?
- Não sei, parece uma cena do Glauber Rocha. Toda essa fúria barroca...
(briga na piscina, noite de abertura)
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- A falta de curiosidade científica dos cientistas sociais é responsável por muitas barbaridades.
(José de Souza Martins, palestra sobre trabalho escravo e migrações internacionais)
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- Acho que há um conflito de gerações entre acadêmicos. Estão sumindo aqueles velhos maîtres à penser.
- Mas você acha isso ruim? A nova geração é muito bem preparada do ponto de vista metodológico. E depois, o sujeito começa duende e só depois vira Gandalf.
(conversa em restaurante)
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- Nunca vi tanta gente dura na minha vida. Só tem sociólogo e historiador. Não vendi uma assinatura de revista.
(papo nos estandes de editoras)
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- Fui no GT coordenado pelo seu orientador. Achei uma droga. Visão conservadora, banalidades. Além disso ele é gago, tem língua presa e fala portunhol.
-Sentiu meu drama!
(diálogo de corredor entre doutorandos)
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- Vai comprar algum livro?
- Não, estou com um Dostoievski me esperando. E quarta embarco para Buenos Aires, onde eles são bem mais baratos.
- Você vai respirar até lá ou também vai economizar ar?
- Respirarei com moderação. Estou em busca de bons ares.
(conversa de beira de piscina)
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- Você quer dizer que ele saiu do hotel sem pagar?
- E fugiu de charrete!
(boletim de ocorrência que já entrou para o folclore da Anpocs)
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- Adoro as publicações de vocês. Nem parecem do governo!
- Elas não são, senhora. Somos uma organização da sociedade civil. Mas as pessoas vivem me confundindo com funcionário do governo, não sei que mal faço a elas.
(papo de estande)
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- Você viu a encenação do Lula?
- Ele ensaiou bem.
- Quero aprender isso. Faz parte do curso de vocês lá no laboratório de comunicação política?
(fofoca pós-debate)
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- As ciências sociais estão virando uma legitimação do senso comum. Falta questionamento, ousadia, criatividade.
- Só vejo isso nas artes, na música, na literatura...
(desabafo em jantar)
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- A gerente está dizendo que não tem como confirmar nosso depósito.
- Mas passei o fax para ela!
- Ok, vamos tentar resolver isso. Mas em todo caso, reserve a charrete!
(check-out no hotel)
2 Comentarios:
Mmm... acho que em todas. Ou quase todas. Foram dias agitados!
Abraços
Espero apenas que você não tenha sido jogado na piscina!
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