Problemas no Front
Os analistas militares avaliam que os resultados da guerra são negativos para as Forças Armadas de Israel. Após duas semanas de bombardeios intensos ao Líbano e ocupação da zona fronteiriça do país, o Hezbolá continua ativo, disparando cerca de 100 foguetes por dia contra os israelenses. O jornalista Eitan Haber, do Yediot Aharonot levantou a questão: “Não é o momento nem o lugar, pois estamos no meio de uma luta séria, mas quando tudo isso acabar as FDI [Forças de Defesa Israelenses] terão que dar uma boa olhada em si mesmas.”
As perdas do Exército e da Força Aérea estão maiores do que o esperado, particularmente na acirrada batalha pela cidade de Bint Jbeil, um dos principais centros de apoio ao Hezbolá. O gabinete israelense debate o quão profunda deve ser a ocupação terrestre e mais 30 mil reservists foram convocados. Nem o primeiro-ministro Olmert e nem o ministro da Defesa Amir Peretz têm experiência de liderança em guerra. O chefe do Estado-Maior, general Dan Halutz, foi internado e está temporariamente afastado das funções. Aparentemente, teve uma crise de estresse.
A última vez que os militares israelenses lutaram contra outras forças armadas nacionais foi na Guerra do Yom Kippur (1973, contra Síria e Egito). Nos últimos 30 anos os conflitos foram contra mílicias, grupos terroristas e guerrilheiros no Líbano, na Cisjordânia e em Gaza: OLP, Amal, Hezbolá, Hamas etc.
Tenho pensado muito na palestra do historiador israelense Martin van Creveld a que assisti em junho na Escola de Guerra Naval, no Rio de Janeiro. Creveld disse na ocasião que Israel não tinha como vencer a guerra contra os árabes e que quando um Exército enfrenta um inimigo muito mais fraco, como os palestinos, está de antemão condenado à derrota, pois mesmo suas vitórias militares serão vistas pela opinião pública como desastres políticos, opressão e abuso de poder. Basta lembrar dos soldados israelenses quebrando os braços dos adolescentes palestinos que lhes atiravam pedras durante a primeira Intifada.
Falhou a conferência de Roma, que tentou negociar um cessar-fogo. Não é surpresa para ninguém que uma negociação que exclui os principais interessados – Israel, Síria e Irã – fracasse.
O impasse no campo de batalha pode empurrar Israel para negociar um cessar-fogo e uma missão da ONU na fronteira. Mas isso quase com certeza seria visto como uma vitória do Hezbolá. Vamos ver como será recebida a proposta Bush-Blair, apesar do desgaste crescente da liderança de ambos.
A outra possibilidade, mais assustadora, é a entrada da Síria na guerra.
Como bem escreveu a The Economist em seu editorial: “Esta é uma guerra que ningém pode vencer.” E que vai ser difícil de terminar.
2 Comentarios:
Olá Vc, Cidadão (ã) Brasileiro (a) (ou não)!
Estamos aqui p/ a última chamada do Concurso “Eu sou politicamente correto... e vc?”, que terá suas inscrições encerradas no dia 31/07/2006 !!
Este Concurso, que pertence a todos os brasileiros, vai muito além da escolha da melhor crônica postada pelos participantes, ele tem por objetivo principal, mostrar ao mundo a força e a coragem de um povo que, apesar de sofrido e humilhado por seus governantes corruptos, ainda têm a esperança latente de ver um Brasil melhor, mais justo, mais digno, e isso, independentemente de raça, cor, religião, posição social, escolaridade, ou qualquer outro critério, aqui todos têm vez e o direito de se expressar livremente!
Venha conhecer a opinião de cada participante, e pense com carinho na possibilidade de se engajar junto conosco, externando sua opinião, nessa caminhada cidadã!
Acredite: SUA OPINIÃO É MUITO IMPORTANTE PARA O BRASIL!!
Esperamos-te no QG!!
Abraço cidadão!
Equipe GI
Meu caro,
o massacre de Qana está comentado no post acima, mas me parece que a opinião pública dos EUA continua a encarar esta guerra como mais um round na luta sem fim contra o terrorismo, ainda que se perceba aqui e ali um aumento da tendência isolacionista com relação ao Oriente Médio.
Abraços
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