segunda-feira, abril 10, 2006

V



Uma cena:

Nicole Portman caminhando pelas ruas de Londres no início de “Closer”, com a canção de Damien Rice como trilha sonora. Grande atriz. É bonita, claro, mas há algo mais. Sempre há, nesses casos. Carisma de estrela.

Um filme:

V de Vingança”, adaptação da história em quadrinhos de Alan Moore, com roteiro dos irmãos Wachowski (da triologia “Matrix”). Hugo Weaving (o Agente Smith) interpreta V, mas seu rosto está sempre coberto pela máscara de Guy Fawkes. Nicole Portman é Evey, a jovem que acaba sendo envolvida na cruzada política de V.

Uma distopia:

A HQ de Moore conta a história de um homem que se revolta contra um sistema totalitário e inicia sua destruição através de atos terroristas que pretendem despertar a população de sua letargia. A distopia de Moore era um amálgama dos pesadelos da Guerra Fria, uma Inglaterra que sobrevivera ao holocausto nuclear. E com cutucadas no conservadorismo extremo da sra. Margaret Thatcher.

Uma atualização:

O ótimo roteiro dos irmãos Wachowski retirou o que era datado do texto de Moore e introduziu referências contemporâneas, pós-11 de setembro. O governo totalitário do filme utiliza alertas de cores contra o terrorismo (“Está em vigor um toque de recolher amarelo”), exibe programas de TV onde os vilões são extremistas muçulmanos, persegue imigrantes e homossexuais, tortura em centros clandestinos, usa e abusa da “cultura do medo” para manter a população sob controle.

A importância da manipulação da mídia para a manutenção do totalitarismo ganhou destaque na adaptação para o cinema. Prothero, que na HQ era apenas uma voz, virou um apresentador de TV com todos os trejeitos de Bill O´Reilly, da Fox News, um dos apóstolos da extrema-direita dos EUA.

Uma Revolução:

Como escreve minha querida amiga Nicole, V é um filme sobre o amor à liberdade. E uma ode anarquista – governos devem temer seus povos, não o oposto. É também uma glorificação do terrorismo, embora V não ataque inocentes. A versão para o cinema privilegia a participação popular na revolução de V, mais do que na HQ. Como diziam os anarquistas espanhóis, paz para os homens, guerra às instituições.

3 Comentarios:

Anonymous Anônimo said... Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com

Maurício!
Vê se responde meu email!

abril 10, 2006 9:39 PM  
Anonymous Anônimo said... Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com

Acho que o ato falho é minha culpa - Nicole que não é Portman mora em Londres. ;)

abril 11, 2006 9:35 AM  
Blogger Maurício Santoro said... Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com

Meu caro Julio,

a Nicole dá de 10 a 0 na Natalie Portman, com todo respeito à estrela de V. Atos falhos dizem muito!

Luiz, pode deixar que estou respondendo.

Abraços

abril 11, 2006 10:40 AM  

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