Lembrando Betinho
A Volta do Irmão do Henfil
Se estivesse vivo, mestre Herbert de Souza faria 70 anos em 2005. Uma das muitas coisas que ele fez na vida foi fundar a ONG em que trabalho, de modo que organizaremos uma campanha em sua homenagem. O foco deve ser nos jovens que não têm idade para lembrar de quem foi o irmão do Henfil.
Por conta disso, nesta semana houve um seminário no IBASE com a publicitária que organizou a campanha contra a fome. Trabalhei com ela na preparação dos Diálogos contra o Racismo e desde então me tornei seu admirador. Ela fez uma excelente exposição, mostrou os principais vídeos do movimento, muitos deles emocionantes, e ressaltou a importância do marketing para os temas sociais, como método de divulgar as próprias idéias e atividades de maneira envolvente.
Essa é uma tarefa na qual as ONGs e movimentos sociais ainda precisamos melhorar muito. Fazemos muitas coisas interessantes, mas falhamos em nos comunicar com o público mais amplo. Claro que isso leva, em diversos casos, a um discurso viciado, de coleguinha para coleguinha. Vi muito disso no Fórum Social Mundial, por exemplo.
A campanha em homenagem a Betinho vem em boa hora. É impressionante ver a mobilização da Ação da Cidadania e notar o quanto ela apostava na força da sociedade civil. Hoje em dia as ONGs estão muito concentradas em (tentar) influenciar o Estado, que é muito hábil em cooptar (um cargo aqui, um almoço com o ministro ali) e bastante lento em apresentar mudanças concretas. A situação é agravada porque os movimentos sociais não sabem se são contra ou a favor do governo Lula, ambigüidade que gera grandes distorções entre um discurso radical e uma prática perigosamente próxima da velha troca de favores clientelistas.
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