Anos Rebeldes
Meu fim de 2005 teve um inusitado sabor de anos 60. Meu irmão esteve no Rio e trouxe o DVD da minissérie “Anos Rebeldes”, de Gilberto Braga. Tínhamos adorado o programa quando ele foi exibido em 1992, e nos surpreendemos em descobrir que gostamos mais ainda desta segunda vez. Para quem não se lembra, o enredo acompanhava um grupo de amigos desde o golpe de 1964, até o período da repressão política mais violenta, no início da década de 70. O centro da trama era o triângulo amoroso entre o idealista João Alfredo (Cássio Gabus Mendes), um estudante de sociologia que se junta à luta armada, sua namorada Maria Lúcia (Malu Mader), que prefere tentar ser feliz longe da política, e o melhor amigo de ambos, Edgar (Marcelo Serrado) um executivo em ascensão.
Ao redor do trio gravita um grupo de amigos e parentes que forma um painel da classe média e da elite brasileira da época, como o hippie Galeno (Pedro Cardoso), o banqueiro Fábio (José Wilker) e sua filha Heloísa (Claudia Abreu). Da primeira vez que vi a série, João Alfredo me pareceu o protagonista. Hoje, minha impressão é que Heloísa é quem conduz a trama, é a personagem que passa pelas maiores transformações. Começa como uma moça rebelde diante da família rica e convencional e termina como uma espécie de Leila Diniz de metralhadora na mão, uma guerrilheira que uniu a utopia libertária – arte, sexualidade, costumes – à política. O próprio João Alfredo reconhece isso ao dizer que ela é a verdadeira revolucionária.
A sociedade em geral pune aqueles que querem transformá-la muito rapidamente e a morte de Heloísa é uma das cenas mais fortes e bonitas da série. Impressiona também como o evento serve de catalisador para guinadas nas vidas de todos os outros personagens que circulavam a seu redor. Dali a série salta para um epílogo em 1979, com a volta dos anistiados e os primeiros passos no caminho da redemocratização do Brasil.
Eu era um estudante do ensino médio em 1992 e muita água rolou por baixo da ponte desde então. Rever a série foi me deslumbrar com várias citações à vida política e cultural dos anos 60, que me haviam passado desapercebidas da primeira vez. Afinal, muitos de meus profesores e colegas de trabalho viveram a época de modo muito intenso, com envolvimento na luta armada e em outras formas de resistência. A série também é um pouco da história deles e me emocionei em vários momentos.
Disse a minha família que é preciso contar o que veio depois, a história da geração que chega ao palco com a redemocratização dos ano 80 e agora vive o governo Lula. “Seriam os ´Anos Babacas´”, desabafou meu pai. Acho que não. Construir uma sociedade democrática neste país meio atrapalhado é uma tarefa difícil, heróica mesma, em qualquer circunstância.
Ao redor do trio gravita um grupo de amigos e parentes que forma um painel da classe média e da elite brasileira da época, como o hippie Galeno (Pedro Cardoso), o banqueiro Fábio (José Wilker) e sua filha Heloísa (Claudia Abreu). Da primeira vez que vi a série, João Alfredo me pareceu o protagonista. Hoje, minha impressão é que Heloísa é quem conduz a trama, é a personagem que passa pelas maiores transformações. Começa como uma moça rebelde diante da família rica e convencional e termina como uma espécie de Leila Diniz de metralhadora na mão, uma guerrilheira que uniu a utopia libertária – arte, sexualidade, costumes – à política. O próprio João Alfredo reconhece isso ao dizer que ela é a verdadeira revolucionária.
A sociedade em geral pune aqueles que querem transformá-la muito rapidamente e a morte de Heloísa é uma das cenas mais fortes e bonitas da série. Impressiona também como o evento serve de catalisador para guinadas nas vidas de todos os outros personagens que circulavam a seu redor. Dali a série salta para um epílogo em 1979, com a volta dos anistiados e os primeiros passos no caminho da redemocratização do Brasil.
Eu era um estudante do ensino médio em 1992 e muita água rolou por baixo da ponte desde então. Rever a série foi me deslumbrar com várias citações à vida política e cultural dos anos 60, que me haviam passado desapercebidas da primeira vez. Afinal, muitos de meus profesores e colegas de trabalho viveram a época de modo muito intenso, com envolvimento na luta armada e em outras formas de resistência. A série também é um pouco da história deles e me emocionei em vários momentos.
Disse a minha família que é preciso contar o que veio depois, a história da geração que chega ao palco com a redemocratização dos ano 80 e agora vive o governo Lula. “Seriam os ´Anos Babacas´”, desabafou meu pai. Acho que não. Construir uma sociedade democrática neste país meio atrapalhado é uma tarefa difícil, heróica mesma, em qualquer circunstância.
2 Comentarios:
Na época eu não assisti a mini série.Acredito que seria uma ótima idéia assisti-la agora pois meu entendimento daquela época seria muito mais profundo.
Vou ver se coloco na minha lista !
Grande abraço !
Vale a pena, Sérgio. Afinal, "Anos Rebeldes" detonou uma série de produções sobre a época da ditadura, embora poucas tenham sido tão boas.
Abraços
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