Vocação do Poder
Outro dia li uma entrevista de Eduardo Coutinho se queixando de que quase 1/3 dos filmes produzidos no Brasil são documentários e que não há capacidade de os espectadores absorverem tanto. Temo que ele tenha razão. Embora eu adore o gênero e veja quase tudo, em geral as sessões estão vazias. Velha história: ingresso caro, temas que abordam problemas sociais e às vezes as pessoas só querem descansar a cabeça após um dia duro. Mas para quem gosta de documentários, há um imperdível em cartaz: “Vocação do Poder”, de José Joffily e Eduardo Escorel.
Os diretores acompanharam a rotina de 6 candidatos a vereador na última eleição municipal. O resultando é um dos painéis mais interessantes da “política como ela é”, num retrado revelador e bem-humorado de como se dá a relação dos políticos com os potenciais eleitores. Os personagens do filme são um compositor de rap (PV), uma pastora evangélica (PL), um advogado (PT), um empresário e administrador regional (PSDB), um estudante ligado ao grupo do prefeito Cesar Maia (PFL) e outro estudante, herdeiro de dois políticos da zona oeste (PMDB).
O grupo eclético cobre muito bem as várias faces de uma campanha a vereador. Há os que têm boas máquinas partidárias, com direito a carreatas, santinhos, showmícios. Os que precisam do corpo a corpo com os eleitores, suando para distribuir alguns panfletos. Em comum, a extrema carência da população que buscam representar. Os candidatos e seus cabos eleitorais são assediados com pedidos de emprego, cadeiras de roda, obras básicas de saneamento e infraestrutura. Alguns eleitores reagem com raiva e desfilam queixas por seus direitos não-atendidos, outros aproveitam a chance para esculhambar os políticos.
A bem da verdade, muitos dos candidatos também parecem não saber muito bem para que serve um vereador e vêem o cargo como uma espécie de fornecedor de serviços assistenciais para a população, de intermediários entre o Estado (distante das demandas sociais) e os cidadãos.
O filme realmente cria um bruto suspense entre quem foi eleito e quem perdeu e me peguei torcendo para alguns candidatos – e rezando para que outros não fossem eleitos. Adianto que há surpresas.
Os diretores acompanharam a rotina de 6 candidatos a vereador na última eleição municipal. O resultando é um dos painéis mais interessantes da “política como ela é”, num retrado revelador e bem-humorado de como se dá a relação dos políticos com os potenciais eleitores. Os personagens do filme são um compositor de rap (PV), uma pastora evangélica (PL), um advogado (PT), um empresário e administrador regional (PSDB), um estudante ligado ao grupo do prefeito Cesar Maia (PFL) e outro estudante, herdeiro de dois políticos da zona oeste (PMDB).
O grupo eclético cobre muito bem as várias faces de uma campanha a vereador. Há os que têm boas máquinas partidárias, com direito a carreatas, santinhos, showmícios. Os que precisam do corpo a corpo com os eleitores, suando para distribuir alguns panfletos. Em comum, a extrema carência da população que buscam representar. Os candidatos e seus cabos eleitorais são assediados com pedidos de emprego, cadeiras de roda, obras básicas de saneamento e infraestrutura. Alguns eleitores reagem com raiva e desfilam queixas por seus direitos não-atendidos, outros aproveitam a chance para esculhambar os políticos.
A bem da verdade, muitos dos candidatos também parecem não saber muito bem para que serve um vereador e vêem o cargo como uma espécie de fornecedor de serviços assistenciais para a população, de intermediários entre o Estado (distante das demandas sociais) e os cidadãos.
O filme realmente cria um bruto suspense entre quem foi eleito e quem perdeu e me peguei torcendo para alguns candidatos – e rezando para que outros não fossem eleitos. Adianto que há surpresas.
3 Comentarios:
Se você fugir um pouco da temática "problemas sociais", verá que muitos comentários têm grande receptividade do público. "Todos os Corações do Mundo" (sobre uma Copa do Mundo) e "Surf Adventures" foram sucesso de público, e têm apelo até para quem não gosta muito de futebol ou surf. E Michael Moore mostrou que é possível fazer documentários políticos que não fazem os espectadores dormir.
Sei que todos os exemplos que citei fogem do padrão do registro jornalístico, misturando um pouco de ficção ou video-clip, mas cinema é por aí mesmo. Lugar de videojornalismo (ou cinejornalismo)é na TV, como mostra o ótimo 60 Minutes, o que anda em falta na TV brasileira.
Salve, Bruno.
A questão é essa. A maior parte dos documentários políticos brasileiros ainda segue uma linguagem antiga, meio didática, meio CPC da UNE, empenhados em uma missão de evangelizar o público.
Falta entre nossos cineastas alguém com a ousadia e irreverência do Michael Moore, em especial do Tiros em Columbine, com a mistura de desenho animado, videoclipe, entrevistas, etc.
Abraços
O Jardineiro Fiel e "La Machine" da falacia da AIDS nos EUA: Segue trecho de Celia Barber, essa sim e a verdadeira discussao por tras da producao de Meirelles...
Are AIDS drugs worse than the disease? Don't ask the people who make them.
Nevirapine and the African guinea-pigs
By Celia Farber
Let us not forget that Nevirapine is a drug that was pulled by its own manufacturer from use in the West, after an investment of many millions of dollars. It remains banned for use in pregnant first-world women.
Still, the NIH is using it on American women, in experimental trials you never heard about—until now. Alongside the revelations about the Ugandan trial, the AP stories brought to light that Joyce Ann Hafford, a 33-year-old, perfectly healthy, eight-months pregnant HIV-positive woman from Tennessee died from liver failure in an NIH trial testing Nevirapine. Her liver counts had been way off for days, and still doctors didn't take her off the drug.
The doctors told her family, naturally, that she had died of AIDS. The trouble is, cocktail-drug deaths are easily distinguished from AIDS deaths. This was not the case with AZT, a drug that simply decimated the immune system. Cocktail deaths are caused primarily by liver toxicity, heart attacks and strokes—from the effects of the drugs on the body's fat metabolism.
Hafford's death crystallizes the raging conflict between the establishment point of view that HIV is deadly and drugs save lives and the "denialist" or dissident point of view that HIV is not deadly at all by itself, but AIDS drugs are. Hafford had no so-called AIDS symptoms; she was simply HIV positive. She also had an older healthy child, which suggests that HIV may not be as lethal as advertised. By refusing to lament her death, or even the scores of Ugandan deaths, and instead attacking the messenger, the AIDS establishment has shown itself to be lost, with a broken compass, on the map of medicinal ethics.
Once it becomes acceptable to kill patients in experimental clinical trials and cover it up, without consequence, you might argue that all is lost.
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