Os Justos
Ontem vi "Os Justos", peça de Albert Camus que está em cartaz no Teatro Leblon, dirigida por Moacyr Góes com Ângelo Paes Leme e Caio Junqueira à frente do elenco. A história, baseada num caso real, é ambientada na Rússia czarista e foca um grupo de jovens revolucionários que planeja assassinar o tio do imperador.
A discussão sobre terrorismo levantada por Camus é atualíssima: os fins justificam os meios? Uma causa, por mais nobre que seja, justifica a destruição e a morte de inocentes? Na peça, o dilema se apresenta pelo conflito entre dois homens: Stepan, um terrorista endurecido pela prisão, tortura e exílio, que acredita não haver limites éticos para a luta em defesa de suas idéias; e Yanek, de uma personalidade mais romântica e arrebatada, consumido por suas dúvidas quanto aos fins justificarem os meios. A pesonagem mais interessante talvez seja Dora, a mulher que fabrica as bombas para o atentado, e cujas opiniões e sentimentos se transformam ao longo da peça.
Camus escreveu "Os Justos" em 1949 e aqui e ali parece haver um eco da terrível luta contra o nazismo. Mas o tema abordado se encaixa muito bem em várias outras situações: os combates pela independência da Argélia, a resistência às ditaduras militares na América Latina, as guerras no Vietnã e no Iraque etc.
Não faz muito, vi no cinema uma reapresentação da "Batalha de Argel", o clássico sobre a luta argelina, que defende o terrorismo sem restrições, como uma arma legítima. Gostei mais de Camus e sua visão das zonas de sombra que espreitam os combates e os corações dos militantes políticos.
3 Comentarios:
Oi Maurício. td bem? Parabéns, achei seu blog por acaso e achei ele perfeito. Sou colunista do www.criticando.com br e fiquei encantado com sua forma literária. Muito bom mesmo!
kdomax@yahoo.com.br
Max
Olá, Maxsuell.
Que bom! Estou tentando entrar no seu site, mas ainda não consegui acessá-lo. Meu micro diz que o endereço não existe!
Abraços
Deve ser porque falta um ponto entre o com e o br. ;)
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