ONU na Berlinda
No próximo dia 14 começa a Cúpula Mundial da ONU que discutirá a proposta de reforma da instiuição apresentada pelo secretário-geral Kofi Annan. As perspectivas são ruins e o encontro corre o risco de ser um fracasso completo.
Bush aproveitou o recesso do Congresso dos EUA para nomear John Bolton como embaixador nas Nações Unidas. A escolha provocou protestos, pois se trata de um crítico feroz dos acordos de desarmamento e da própria ONU. Bolton propôs de última hora 750 emendas ao documento que será apresentado como resultado da Cúpula, retirando as menções aos temas sociais, como as Metas do Milênio, e focando no combate ao terrorismo.
Para piorar, Annan está com a credibilidade na lama depois da corrupção no programa petróleo por comida, que envolveu seu próprio filho. O escândalo reforçou as posições da direita americana, que ataca a ONU como uma instituição burocrática e ineficaz.
E o Brasil? Na segunda-feira assisti a uma palestra do embaixador Antônio Patriota, o número 3 na hierarquia do Itamaraty e autor de um excelente livro sobre o Conselho de Segurança. Patriota defendeu a versão oficial de que a entrada brasileira no CS é certa, mas ao mesmo tempo admitiu que EUA e China vetarão novos membros. Na verdade, nem a União Africana apóia a iniciativa brasileira.
Tremenda derrota, ainda mais à luz dos métodos torpes usados pelo Brasil para tentar ganhar apoio das grandes potências.
4 Comentarios:
Eu juro que não consigo compreender essa ambição. Não conseguimos nem o apoio da América Latina quando pedimos.
Ah, antes que eu me esqueça, alguém viu o Extra de hoje: falava do Severino e do, errrr, Odorico discursando na (porta da) ONU.
Maurício, foi bom ter ver hoje lá no Iuperj rapaz. E o seu amigo, foi bem?
Abraços
Paulo
Vivemos em um tempo em que a manutenção das ilusões parece ter perdido a importância. Por que será? O que isso pode significar? O que se deve esperar disso?
Car@s,
acho que pesaram duas coisas:
1- O desejo dos diplomatas por uma posição que reforçasse o prestígio internacional do Brasil.
2- O fato do presidente Lula usar a política externa como um palanque para ganhar popularidade como um líder dos países em desenvolvimento (quem não o conhece, que o compre).
Paulo, também gostei de ter te encontrado. O Helvécio fez boa prova, espero que você também tenha ido bem. Encontrei outros alunos do Clio, você sabe se houve mais alguém da UCAM?
Abraços
Postar um comentário
<< Home