A Cordilheira de Paraty
Foto: Divulgação
No Globo desta quinta há uma deliciosa crônica de Luís Fernando Veríssimo tratando da Festa Literária Internacional de Paraty, “um acontecimento que de tantos pontos altos pareceu uma cordilheira”. O melhor do texto é uma garotinha que pergunta ao escritor se ele sabe ler:
“Pergunta básica e perfeita e mais importante do que imaginava sua pequena autora. Ela checava minhas credenciais para ser escritor e estar ali mandando todos lerem. Saber ler não significa apenas ser alfabetizado ou interpretar um texto (...) Também significa saber ler a realidade à sua volta (...) Poderia ter respondido à menina que não, ainda não sabia ler como deveria, mas que chegaria lá. "
No Jornal Nacional, Edney Silvestre também fez uma bela cobertura da Festa, destacando o interesse do público pela literatura e a grande quantidade de jovens. Os jornalistas destacaram os pontos que mais chamaram a atenção: a visita de Salman Rushdie, a parceria – pioneira, urgente e necessária - entre o rapper MV Bill e o antropólogo Luiz Eduardo Soares, o bom humor da historiadora Isabel Lustosa, a melancolia que quer virar esperança de Beatriz Sarlo, Arnaldo Jabor aplaudido quando criticou Lula e vaiado quando elogiou FHC, Ariano Suassuna e Evaldo Cabral de Mello discordando sobre Dom Quixote.
O site NoMínimo tem o melhor apanhado da festa na Internet. Destaco o artigo de Paulo Roberto Pires, que para mim será sempre o excelente professor de jornalismo literário que foi um de meus modelos no início da carreira. Espero que o mestre me perdoe a opção pela ciência política, em especial se souber que minhas melhores estantes na biblioteca continuam reservadas aos romances e ao teatro.
Trabalhei muito com livros – como resenhista, como assessor de imprensa de uma editora, como vendedor. Posso repetir as palavras de Thomas Jefferson: “Não consigo imaginar minha vida sem livros”. Bem, ainda falta escrevê-los. Até lá, quero imitar Veríssimo e aprender a ler.
3 Comentarios:
É um ótimo projeto, este.
Car@s:
obrigado - me esforçarei no caminho rumo à plena alfabetização.
Abraços
Já até imagino um romance a la Isaías Pessotti! Não demore, amigo.
bjs
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