A Maior das Distâncias
A maior distância que conheço é aquela que separa a teoria da prática. O IUPERJ tem uma longa e respeitável tradição no estudo da democracia, mas infelizmente muito menos desenvoltura em praticá-la. Nesta semana o instituto está em eleições para escolher a nova direção e a campanha se transformou numa troca de ofensas do pior nível, que quase descambou em violência física.
O pomo da discórdia é a crise do instituto, que vive dos recussos repassados pela Cândido Mendes. Com as dificuldades da universidade, a grana secou e os professores chegaram a ficar vários meses com salários atrasados. A chapa da oposição veio com a proposta de buscar alternativas fora da Cândido. A da situação defende a procura de uma solução dentro do quadro institucional. Debate legítimo entre posições diversas, é quase um exemplo do que é democracia. Note-se que é a primeira vez em muitos anos que aparecem duas chapas, em vez de uma só.
Logo começaram os problemas, numa troca furiosa de e-mails pela lista de discussão do IUPERJ. A chapa da oposiçao acusou a situação de agir de maneira desleal e anti-democrática e se retirou da eleição. Ao mesmo tempo, os estudantes começaram a brigar entre si, por conta de questões pessoais ligadas à disputa do controle do Fórum dos Alunos. Um rapaz mandou uma colega ler Platão, "porque vive no mundo das Idéias". Depois circulou um e-mail assinado pelo próprio Platão pedindo para não ser citado em vão.
O clima no instituto está ruim. Professores de chapas rivais trocaram xingamentos e insultos aos gritos. Fala-se na saída de alguns deles, que não estariam dispostos a continuar. A plataforma de um dos candidatos, afixada no mural, foi pixada com um "viva a tirania!". Muitos alunos estão declarando voto nulo em protesto contra a situação. Eu me abstive de votar.
O IUPERJ é a instituição que mais amo neste mundo. É um lugar onde gosto de todas as pessoas, da senhora que serve o cafezinho ao diretor. Me dói ver as coisas degenerando dessa maneira, em especial porque há professores que admiro muito nos dois campos em disputa. Mas como sabe qualquer cientista político, a democracia é sempre um processo longo, demorado, enrolado e difícil. Se nem a Atenas da era dourada escapou de golpes e desvios, quem dirá o fado destes pobres mortais num país meio atravessado.
O pomo da discórdia é a crise do instituto, que vive dos recussos repassados pela Cândido Mendes. Com as dificuldades da universidade, a grana secou e os professores chegaram a ficar vários meses com salários atrasados. A chapa da oposição veio com a proposta de buscar alternativas fora da Cândido. A da situação defende a procura de uma solução dentro do quadro institucional. Debate legítimo entre posições diversas, é quase um exemplo do que é democracia. Note-se que é a primeira vez em muitos anos que aparecem duas chapas, em vez de uma só.
Logo começaram os problemas, numa troca furiosa de e-mails pela lista de discussão do IUPERJ. A chapa da oposiçao acusou a situação de agir de maneira desleal e anti-democrática e se retirou da eleição. Ao mesmo tempo, os estudantes começaram a brigar entre si, por conta de questões pessoais ligadas à disputa do controle do Fórum dos Alunos. Um rapaz mandou uma colega ler Platão, "porque vive no mundo das Idéias". Depois circulou um e-mail assinado pelo próprio Platão pedindo para não ser citado em vão.
O clima no instituto está ruim. Professores de chapas rivais trocaram xingamentos e insultos aos gritos. Fala-se na saída de alguns deles, que não estariam dispostos a continuar. A plataforma de um dos candidatos, afixada no mural, foi pixada com um "viva a tirania!". Muitos alunos estão declarando voto nulo em protesto contra a situação. Eu me abstive de votar.
O IUPERJ é a instituição que mais amo neste mundo. É um lugar onde gosto de todas as pessoas, da senhora que serve o cafezinho ao diretor. Me dói ver as coisas degenerando dessa maneira, em especial porque há professores que admiro muito nos dois campos em disputa. Mas como sabe qualquer cientista político, a democracia é sempre um processo longo, demorado, enrolado e difícil. Se nem a Atenas da era dourada escapou de golpes e desvios, quem dirá o fado destes pobres mortais num país meio atravessado.
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