Por que Machado de Assis eh unico?
As vezes eu nao consigo entender os americanos. Levou um pouco mais de cem anos para descobrirem que Machado de Assis estah entre os mestres da literatura moderna mundial. (Nota: nesse ritmo, talvez daqui a uns 50 anos descubram que Santos Dumont inventou o aviao, que o futebol eh o esporte mais popular do mundo e que a capital do Brasil eh Brasilia, mas isso eh uma outra historia). Como eu dizia, ser periferia eh fogo: as ideias estao mais assimetricas do que nunca.
O que aconteceu foi que um maluco teve a ideia de traduzir para o ingles o segundo livro do Roberto Schwartz, "Um Mestre na Periferia do Capitalismo". A atual cena literaria americana nao anda bem das pernas, ha uma falta brutal de boas ideias. Uma coisa leva a outra: leram o Schwartz, descobriram o Machado e virou moda. "Como um escritor na periferia do mundo conseguiu conceber uma obra-prima como 'Memorias Postumas de Bras Cubas'?" perguntam-se todos. Ateh o enfant-terrible da critica literaria norte-americana, Harold Bloom, descobriu a polvora e declarou recentemente que Machado eh genial.
Mas por que tudo isso agora? O grande barato do Machado eh que ele eh extremamente brasileiro em sua critica mordaz e seu entendimento de como a nossa sociedade opera com seus constantes dilemas (corrupcao, clientelismo e paternalismo convivem com a eterna capacidade de conciliacao de opostos). No entanto, quem disse que essas coisas sao tao brasileiras a ponto de nao serem entendidas por todos? Schwartz captura bem essa dialetica, essa tensao entre o particular e o universal. Por que nao podemos falar do mundo sob uma perspectiva brasileira? Por que nao podemos criar nossa propria visao de como o mundo funciona a partir de onde estamos? Questoes assim sao a chave para criarmos algo novo vindo da periferia de um capitalismo cada vez mais selvagem e assimetrico.
Que tal voltarmos a ler Machado de Assis?
O que aconteceu foi que um maluco teve a ideia de traduzir para o ingles o segundo livro do Roberto Schwartz, "Um Mestre na Periferia do Capitalismo". A atual cena literaria americana nao anda bem das pernas, ha uma falta brutal de boas ideias. Uma coisa leva a outra: leram o Schwartz, descobriram o Machado e virou moda. "Como um escritor na periferia do mundo conseguiu conceber uma obra-prima como 'Memorias Postumas de Bras Cubas'?" perguntam-se todos. Ateh o enfant-terrible da critica literaria norte-americana, Harold Bloom, descobriu a polvora e declarou recentemente que Machado eh genial.
Mas por que tudo isso agora? O grande barato do Machado eh que ele eh extremamente brasileiro em sua critica mordaz e seu entendimento de como a nossa sociedade opera com seus constantes dilemas (corrupcao, clientelismo e paternalismo convivem com a eterna capacidade de conciliacao de opostos). No entanto, quem disse que essas coisas sao tao brasileiras a ponto de nao serem entendidas por todos? Schwartz captura bem essa dialetica, essa tensao entre o particular e o universal. Por que nao podemos falar do mundo sob uma perspectiva brasileira? Por que nao podemos criar nossa propria visao de como o mundo funciona a partir de onde estamos? Questoes assim sao a chave para criarmos algo novo vindo da periferia de um capitalismo cada vez mais selvagem e assimetrico.
Que tal voltarmos a ler Machado de Assis?
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