Laços de Família
A fazenda do meu falecido avô paterno (Rocha, não Santoro) foi invadida pelo MST no fim de semana. Os novos ocupantes descobriram que vovô mantinha um cemitério clandestino em suas terras.
Meu pai tentou justificar dizendo que no interior do Pará é comum que as pessoas não tenham registro civil e sejam enterradas na fazenda mais próxima. “É claro”, respondi, “E de quebra se aproveita para colocar ali um fiscal do trabalho, um vereador da oposição, etc” - vovô foi prefeito de Marabá pela ARENA, o partido de apoio à ditadura militar.
Cemitérios clandestinos são uma tradição familiar dos Rocha. O irmão do meu avô também tinha um, apareceu até no Jornal Nacional. Os Santoro também aprontam das suas, mas pelo menos a herança mais prezada do clã continua a ser a receita de turditi, um fantástico doce italiano (um tipo de rosquinha banhada em mel) que minha tia-avó faz como ninguém.
Meu pai tentou justificar dizendo que no interior do Pará é comum que as pessoas não tenham registro civil e sejam enterradas na fazenda mais próxima. “É claro”, respondi, “E de quebra se aproveita para colocar ali um fiscal do trabalho, um vereador da oposição, etc” - vovô foi prefeito de Marabá pela ARENA, o partido de apoio à ditadura militar.
Cemitérios clandestinos são uma tradição familiar dos Rocha. O irmão do meu avô também tinha um, apareceu até no Jornal Nacional. Os Santoro também aprontam das suas, mas pelo menos a herança mais prezada do clã continua a ser a receita de turditi, um fantástico doce italiano (um tipo de rosquinha banhada em mel) que minha tia-avó faz como ninguém.
2 Comentarios:
Ok. Um cemitério clandestino em casa parece ser uma boa idéia. Está devidamente anotada, falta só encontrar o local. Hummm. Acho que vai sobrar pro Play das crianças.
Agora, esse tal de Turditi. Se eu encontro esse cabra, dou cabo dele. ;)
Cara! Como é que eu não tinha pensado nisso antes?!
Um cemitério clandestino! E eu posso enterrar, tipo, quem eu quiser?
Hmmmm...
Isso me dá algumas idéias...
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