Estudos Estratégicos
Ontem passei o dia no V Encontro Nacional de Estudos Estratégicos, na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Gostei do que ouvi. Aprendi bastante sobre Guerra do Golfo, política brasileira de defesa nacional e as dificuldades enfrentadas pelas Forças Armadas.
Sabia, claro, que elas passam por sérias restrições orçamentárias, como aliás todas as esferas do funcionalismo público. Mas não tinha noção da extensão dos problemas. Foi um tanto constrangedor ver diversos oficiais superiores, coronéis e generais, desabafando emocionados sobre o estado de penúria de suas forças e dos problemas em tocar adiante pesquisas científicas e tecnológicas.
Houve muitas críticas à elite política, acusada de considerar que as questões de defesa não se aplicam a países em desenvolvimento. Creio que é uma crítica precisa em muitos pontos. Por outro lado, há um interesse em aproximar militares e acadêmicos que têm se revelado muito frutífero.
Outra coisa que me chamou a atenção foi que os civis em geral se mostraram muito mais radicais do que os militares. Enquanto os almirantes previam que o projeto do submarino nuclear deverá levar talvez 20 anos para ficar pronto, pacatos professores universitários exigiam pelo menos 15 deles na esquadra, de imediato.
Hoje em dia o estudo de relações internacionais relaciona a segurança a outras áreas que não a militar, abrangendo meio ambiente, economia, saúde etc. As Forças Armadas também estão sensíveis a essa abordagem e o programa do Encontro abarca vários desses aspectos.
Pena que dificilmente conseguirei ir nos outros dias, por causa da minha agenda de trabalho, queria ter ouvido o general que comandou a missão da ONU no Haiti. Lamentei também a ausência do embaixador Rubens Ricúpero, talvez o melhor analista brasileiro de RI. Ele falaria sobre globalização, mas não compareceu ao Encontro.
4 Comentarios:
Quem diria, até os militares chorando suas misérias...
A propósito, estou me divertindo muito com o Maurício's Mini Poll. Ainda estou em dúvida se gostei mais da enquete sobre América ou esta sobre o próximo depoimento da CPI :)
beijos
Me interesso por Relações Internacionais e o blog tem sido muito feliz nas análises... É um prazer ler os textos por aqui. Parabéns!!
Oi, Maurício:
Na verdade eu só queria deixar um abraço e dizer que sou fã do seu blog.
Nesta questão do Exército, prefiro realmente que as Forças Armadas estejam mais engajadas no aspecto social que bélico.
Salve, meus caros.
Letícia,
chorando quase literalmente. O foco deles, além de pedir mais recursos, é que o orçamento federal seja mandatório, isto é, que o presidente seja obrigado a gastar o que o Congresso determina. Atualmente, a decisão é do presidente.
Marcelo,
que bom, esta é uma das razões deste blog existir. Fico feliz!
Oi, Regina.
Obrigado, é sempre bom saber. De fato, as Forças Armadas exercem funções sociais importantes na área de saúde. Também sua contribuição ao Brasil no campo da ciência e da tecnologia.
Abraços
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