Desventuras Acadêmicas
Comecei minha última matéria no doutorado, um curso sobre 'Instituições, Ciclos Políticos e Desempenho Macroeconômico". É o único neste semestre que tem alguma relação com meu tema de pesquisa, além de ser à noite, o que me facilita muito a vida.
O professor iniciou a matéria mudando o dia da aula, porque coincide com o da disciplina obrigatória do doutorado. Três alunos responderam que então teriam que desistir do curso, contra apenas uma estudante que será beneficiada - só que é orientanda do professor. Detesto esse favoritismo acadêmico. Pelo menos podiam ter combinado antes e nos poupado do constrangimento.
Depois, ele anuncia que todos os alunos terão que apresentar os textos em Power Point, "porque é assim que se deve fazer em sala de aula". Um colega observa que esqueceram de avisar os cientistas sociais. Puro fetichismo tecnológico. O PP é útil para conferências ou apresentação de projetos, mas dificulta o diálogo com os alunos, porque o professor precisa se prender a um roteiro pré-fixado.
Após o curso sobre guerra que fiz com o Renato Lessa, é frustrante cair nessa visão estreita da vida acadêmica. Pena que o mestre está lecionando filosofia do século XVIII, distante demais da minha realidade. Ao menos há na turma cinco pessoas com interesse comum na Argentina, aprenderei com esse convívio. O professor também se mostrou receptivo à minha pesquisa, inclusive surgerindo que eu escreva sobre a política econômica do governo De La Rúa. Também me chamou a atenção para a importância das relações entre províncias e Buenos Aires no aumento da dívida pública e na explosão da crise.
Vejamos como a coisa corre. Se ficar muito ruim, de repente mudo para o curso do Lessa. A estrada para o conhecimento deveria ser sempre alegre e luminosa, mas às vezes é "long and winding".
O professor iniciou a matéria mudando o dia da aula, porque coincide com o da disciplina obrigatória do doutorado. Três alunos responderam que então teriam que desistir do curso, contra apenas uma estudante que será beneficiada - só que é orientanda do professor. Detesto esse favoritismo acadêmico. Pelo menos podiam ter combinado antes e nos poupado do constrangimento.
Depois, ele anuncia que todos os alunos terão que apresentar os textos em Power Point, "porque é assim que se deve fazer em sala de aula". Um colega observa que esqueceram de avisar os cientistas sociais. Puro fetichismo tecnológico. O PP é útil para conferências ou apresentação de projetos, mas dificulta o diálogo com os alunos, porque o professor precisa se prender a um roteiro pré-fixado.
Após o curso sobre guerra que fiz com o Renato Lessa, é frustrante cair nessa visão estreita da vida acadêmica. Pena que o mestre está lecionando filosofia do século XVIII, distante demais da minha realidade. Ao menos há na turma cinco pessoas com interesse comum na Argentina, aprenderei com esse convívio. O professor também se mostrou receptivo à minha pesquisa, inclusive surgerindo que eu escreva sobre a política econômica do governo De La Rúa. Também me chamou a atenção para a importância das relações entre províncias e Buenos Aires no aumento da dívida pública e na explosão da crise.
Vejamos como a coisa corre. Se ficar muito ruim, de repente mudo para o curso do Lessa. A estrada para o conhecimento deveria ser sempre alegre e luminosa, mas às vezes é "long and winding".
0 Comentarios:
Postar um comentário
<< Home