Apagar a Luz
As festas dos meus colegas no IUPERJ se transformaram num agradável hábito das noites de sexta. Com freqüência, há alguma comemoração acontecendo. Na mais recente, tivemos uma em homenagem a dois colegas que deixam o Rio por Brasília. Um irá trabalhar na Unesco e o outro no Itamaraty.
Voltei para casa no início da madrugada me perguntando se um dia seguirei para a Terra Prometida do Planalto Central. Às vezes me dá a sensação de que fico no Rio para apagar a luz. Depois de ter viajado um tanto, caiu muito minha consideração pela cidade. Não a comparo com as capitais européias, que estão em outro contexto sócio-econômico, mas o fato é que o Rio se destaca negativamente mesmo em contraste com cidades latino-americanas como Buenos Aires ou Santiago, muito mais limpas, seguras e organizadas (vide a pesquisa divulgada nesta segunda pelo Globo). E nem vou falar da crise dos hospitais municipais...
Se a sexta foi de despedidas, o sábado foi de encontros. Um dos meus estudantes no curso de política internacional mudou para a mesma turma de espanhol e se apresentou como meu aluno. Como ele é bem mais velho do que eu - quarenta e muitos - houve uma onda de espanto e incredulidade entre os colegas do Cervantes, até porque eu só havia me descrito como "periodista y politólogo" e tive que explicar que também dou aulas.
A professora estava um tanto preocupada com a convivência entre eu e meu aluno, perguntando se não ficaríamos constrangidos. Rimos, porque já havíamos brincado entre nós com o inusitado da situação. Garantimos a ela que não há problemas, na verdade está sendo muito divertido.
Aliás, o clima no Cervantes está muito bom, com brincadeiras e pessoas interessantes na turma. Estava mesmo na hora de eu dar um reforço no espanhol, tanto melhor que essa necessidade se transforme num prazer.
Voltei para casa no início da madrugada me perguntando se um dia seguirei para a Terra Prometida do Planalto Central. Às vezes me dá a sensação de que fico no Rio para apagar a luz. Depois de ter viajado um tanto, caiu muito minha consideração pela cidade. Não a comparo com as capitais européias, que estão em outro contexto sócio-econômico, mas o fato é que o Rio se destaca negativamente mesmo em contraste com cidades latino-americanas como Buenos Aires ou Santiago, muito mais limpas, seguras e organizadas (vide a pesquisa divulgada nesta segunda pelo Globo). E nem vou falar da crise dos hospitais municipais...
Se a sexta foi de despedidas, o sábado foi de encontros. Um dos meus estudantes no curso de política internacional mudou para a mesma turma de espanhol e se apresentou como meu aluno. Como ele é bem mais velho do que eu - quarenta e muitos - houve uma onda de espanto e incredulidade entre os colegas do Cervantes, até porque eu só havia me descrito como "periodista y politólogo" e tive que explicar que também dou aulas.
A professora estava um tanto preocupada com a convivência entre eu e meu aluno, perguntando se não ficaríamos constrangidos. Rimos, porque já havíamos brincado entre nós com o inusitado da situação. Garantimos a ela que não há problemas, na verdade está sendo muito divertido.
Aliás, o clima no Cervantes está muito bom, com brincadeiras e pessoas interessantes na turma. Estava mesmo na hora de eu dar um reforço no espanhol, tanto melhor que essa necessidade se transforme num prazer.
5 Comentarios:
Acho que só mesmo no IUPERJ dá pra imaginar alguém comemorando o fato de deixar o Rio por Brasília...
disclaimer: eu sou carioca e deixei o Rio por Brasília há 9 anos.
BB: “... colegas que deixam o Rio por Brasília...”
Ei BB, que tal dar uma právalê de conspirador? Sair dessa chorumela do cotidiano que tá teu blog? A idéia é simples: detonar com o DF! Nada a ver com Brasília, tudo a ver com o DF... promover um cabruuum... ruir-de-torres virtual naquela mostruosidade do Eixão Monumental!
Um grupo de doidos aqueles que bolaram a Esplanada, a Praça e a Catedral. O prédio do Congresso deveria ser implodido, é uma aberração que está a arruinar a nação da gente! Que tal esta sugestão BB? A gente arma laço praqueles colegas que se mandaram para Brasília – evidente que preserva-se a maravilha que está Brasília. A armação seria somente pra cima daquele estrambólico DF. Seria um tipo de jogo soma-não-zero, ninguém vence mas as idéias ampliam. De momento BB não tem nada de conspirador, tá numa de cochilador!
Caros,
imagine se eu tivesse falado bem de São Paulo!
Bem, o fato é que realmente acho que o Rio está muito mal das pernas - violento, sujo, caótico - e não vejo perspectivas de grandes melhoras na qualidade de vida por aqui.
Brasília é uma tentação para mim e para meus colegas de IUPERJ porque é o melhor mercado de trabalho para cientistas sociais - no Rio, há poucas opções além de lecionar em faculdades privadas.
Além disso são tantos amigos indo para lá - agora até meu irmão! - que às vezes me pergunto se um dia farei o mesmo.
Pós-Escrito: leiam o post da minha amiga (e vizinha de bairro) Júlia, em http://london_london.blogspot.com. São coisas que acontecem em várias cidades. Mas no Rio, é o tempo todo.
Ô BB, pra que teu “não obrigo ninguém a visitar”? De onde (localização na massa), saiu tal des-necessidade? Ou então teu “milhões muito mais qualificados”? BB atravessou-se (consigo!).
O denominativo “conspiradores” sugere embate (no mínimo em modo -zinhos), daí que propus: detonar com DF. E quanto ao teu “ataque errou o alvo”, não de não! Blog pode estar escrito a “n” mãos, mas tem uma unidade intrínseca: grupo ou equipe. E quanto ao de cá “chorumelas”, qual é o pó que te aflige? O sol nasce todos os dias, independente de indivíduo estar na superfície ou em poço! O mundo não está prontito-no-más! E colocou-se “cochilador” por ainda não enxergar o espírito de conspirar! Afinal BB deve saber que a denominação do blog requer devido preservar! E ao teu “subversivo do cotidiano”, só mesmo um plausível... (rarará rarará). Imagina-se (cá!) que BB referisse-se ao micro-cotidiano, de coisinhas ridículas que cada indivíduo tranca consigo. Pois o cotidiano tá prato-feito, tá o que tá e fim de papo! Considerar uma gota d’água (cotidiano), gota é gota, mas H2O (micro) não é gota (rererê rererê...)
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