De Cole Porter à Pré-História
Primeiros dias de férias, com muitas coisas para fazer, vários pequenos problemas que estavam para resolver por falta de tempo. Isso inclui compras de Natal (alô, meninas, para mim é obrigação, não prazer) mas também programas culturais.
Aproveitei para assistir a "De-Lovely - vida e amores de Cole Porter", que foi muito malhado pela crítica, a meu ver injustamente. A idéia do filme é ser um musical que conta a vida do grande compositor americano a partir de suas canções - que são tão bonitas que compensam qualquer coisa. Além disso, Kevin Kline está bem legal no papel de Cole e Ashley Judd impressiona pelo charme e pela beleza, ainda que a gente saiba que na vida real a esposa do compositor era bem mais velha do que ele.
Outro bônus do filme é que as canções são interpretadas por cantores contemporâneos, como Alanis Morrissete, Robbie Williams, Elvis Costello, Sheryl Crow, Natalie Cole e Diana Krall. Faltou o Bono, do U2, que gravou uma ótima versão de "Night and Day" e de repente Norah Jones podia ter participado também.
Fui conferir também algumas das exposições de arte pelo Rio de Janeiro. A coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial, vale a visita com belas telas de Portinari, Di Cavalcanti, Pancetti e - o que achei mais interessante - quadros raros de Roberto Rodrigues, desenhista e pintor irmão de Nelson Rodrigues que morreu assassinado com apenas 23 anos (foi um crime trágico, a mulher que o matou procurava pelo Rodrigues pai, que a havia caluniado no jornal da família). Nelson dizia que mano Roberto era o único gênio que ele havia conhecido. As pinturas impressionam, com certeza ele teria se tornado um grande artista se tivesse vivido mais.
Fechando o ciclo, fui visitar a exposição "Antes - Histórias da Pré-História", focada em descobertas arqueológicas feitas no Brasil e que está no CCBB. Ela me foi recomendada por uma amiga e fiquei espantado por não ter lido nada na imprensa. É mais um daqueles espetáculos multimídias do melhor centro cultural da cidade. Tem de esqueletos de preguiças gigantes à reprodução de sambaquis (grutas pré-históricas feitas de pedras e ossos), passando por um incrível trabalho de artesanato e cerâmica. O que mais gostei foi uma animação de pinturas rupestres. Os primórdios do cinema já estavam lá, há milhares de anos.
Essa exposição é a segunda numa série do CCBB sobre as matrizes da cultura brasileira (a primeira foi dedicada à arte africana). Isso me faz pensar numa idéia do crítico de arte Mário Pedrosa, do Brasil construir um Museu das Origens. Penso nisso desde a Mostra do Redescobrimento, é pena que o PT não leve o projeto adiante -Pedrosa foi o filiado número 1 do partido.
Um pequeno detalhe. Quando visitei "Antes", havia um grupo de meninos e meninas vendedores de balas fazendo o mesmo. Eles estavam sozinhos, deixaram disciplinadamente seus produtos e sacolas no guarda volumes e passearam fascinados pelo CCBB, deslumbrados com as imagens e os sons da exposição. Os outros visitantes foram solidários e iam dando dicas do que havia de melhor para ver. Não é sempre, mas às vezes bate uma bela esperança de que um dia este lugar vai ser um bom país.
Aproveitei para assistir a "De-Lovely - vida e amores de Cole Porter", que foi muito malhado pela crítica, a meu ver injustamente. A idéia do filme é ser um musical que conta a vida do grande compositor americano a partir de suas canções - que são tão bonitas que compensam qualquer coisa. Além disso, Kevin Kline está bem legal no papel de Cole e Ashley Judd impressiona pelo charme e pela beleza, ainda que a gente saiba que na vida real a esposa do compositor era bem mais velha do que ele.
Outro bônus do filme é que as canções são interpretadas por cantores contemporâneos, como Alanis Morrissete, Robbie Williams, Elvis Costello, Sheryl Crow, Natalie Cole e Diana Krall. Faltou o Bono, do U2, que gravou uma ótima versão de "Night and Day" e de repente Norah Jones podia ter participado também.
Fui conferir também algumas das exposições de arte pelo Rio de Janeiro. A coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial, vale a visita com belas telas de Portinari, Di Cavalcanti, Pancetti e - o que achei mais interessante - quadros raros de Roberto Rodrigues, desenhista e pintor irmão de Nelson Rodrigues que morreu assassinado com apenas 23 anos (foi um crime trágico, a mulher que o matou procurava pelo Rodrigues pai, que a havia caluniado no jornal da família). Nelson dizia que mano Roberto era o único gênio que ele havia conhecido. As pinturas impressionam, com certeza ele teria se tornado um grande artista se tivesse vivido mais.
Fechando o ciclo, fui visitar a exposição "Antes - Histórias da Pré-História", focada em descobertas arqueológicas feitas no Brasil e que está no CCBB. Ela me foi recomendada por uma amiga e fiquei espantado por não ter lido nada na imprensa. É mais um daqueles espetáculos multimídias do melhor centro cultural da cidade. Tem de esqueletos de preguiças gigantes à reprodução de sambaquis (grutas pré-históricas feitas de pedras e ossos), passando por um incrível trabalho de artesanato e cerâmica. O que mais gostei foi uma animação de pinturas rupestres. Os primórdios do cinema já estavam lá, há milhares de anos.
Essa exposição é a segunda numa série do CCBB sobre as matrizes da cultura brasileira (a primeira foi dedicada à arte africana). Isso me faz pensar numa idéia do crítico de arte Mário Pedrosa, do Brasil construir um Museu das Origens. Penso nisso desde a Mostra do Redescobrimento, é pena que o PT não leve o projeto adiante -Pedrosa foi o filiado número 1 do partido.
Um pequeno detalhe. Quando visitei "Antes", havia um grupo de meninos e meninas vendedores de balas fazendo o mesmo. Eles estavam sozinhos, deixaram disciplinadamente seus produtos e sacolas no guarda volumes e passearam fascinados pelo CCBB, deslumbrados com as imagens e os sons da exposição. Os outros visitantes foram solidários e iam dando dicas do que havia de melhor para ver. Não é sempre, mas às vezes bate uma bela esperança de que um dia este lugar vai ser um bom país.
1 Comentarios:
Cena que bem poderia ser cotidiana...
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