Um Dia na Vida
Ontem recebi um e-mail de um amigo argentino que participou comigo de um programa de intercâmbio na Itália. Ele agora vive no Rio, faz mestrado no IPPUR e namora uma amiga minha, brasileira, que também estava na bolsa e por acaso é irmã de um ex-colega de trabalho. Na mensagem, falou de projetos sociais nos quais está envolvido, acreditando que interessariam ao IBASE (estava corretíssimo). E me convidou para assistir a uma palestra que fez hoje pela manhã, num seminário sobre condições de trabalho organizado pelo Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO).
Dei aula de manhã e depois fui para o seminário. Meu amigo apresentou uma pesquisa sobre empresas recuperadas, isto é, fábricas semi-falidas na Argentina que foram ocupadas por trabalhadores, que passaram a administrá-las. Isso começou a acontecer no início dos anos 90, mas se multiplicou depois da quebradeira de 2001. Alguns dos casos são muito interessantes, na medida em que as empresas mudaram de produção para se adaptar ao novo contexto social na qual passaram a operar.
Almocei com o pessoal do seminário e começamos a articular uma colaboração com o projeto de diálogo sul-sul do IBASE - o IPPUR montou um grupo de pesquisa sobre movimentos sociais nos países em desenvolvimento, focando em África do Sul, Índia e Tailândia. Trocamos experiências sobre o que rola mundo afora, os uruguaios cheios de expectativa com a eleição de seu novo presidente. O diretor do CLACSO queria pagar meu almoço como se eu fosse conferencista do seminário, mas o generoso tíquete-refeição do IBASE me permitiu recusar a oferta, as ciências sociais na América Latina não estão com grana para desperdiçar.
De lá segui para a PUC, onde fui dar uma entrevista no canal da TV universitária. O programa era sobre voluntariado e a apresentadora me pediu para distinguir esse tipo de envolvimento do assistencialismo. Respondi baseado no Putnam, a importância da participação social, etc. O curioso foi que ela perguntou sobre a missão institucional do IBASE - fortalecer a democracia - querendo saber como isso se dá na prática. Tive que me segurar para não rir, porque entre nós, no instituto, é sempre motivo de brincadeira os objetivos para lá de ambiciosos do nosso querido local de trabalho.
No bloco em que participei falou também a coordenadora de um projeto comunitário da PUC chamado Unicom. Depois de nós entraram duas professoras do Serviço Social que se espantaram conosco: "Meu Deus, mas como eles são jovenzinhos"; "Puxa, mas que bom, legal ver a juventude envolvida". Elas sorriram e eu também, parecia cena de musical. Mesmo neste mundo de bowling alone, a gente ainda consegue viver momentos Broadway.
Dei aula de manhã e depois fui para o seminário. Meu amigo apresentou uma pesquisa sobre empresas recuperadas, isto é, fábricas semi-falidas na Argentina que foram ocupadas por trabalhadores, que passaram a administrá-las. Isso começou a acontecer no início dos anos 90, mas se multiplicou depois da quebradeira de 2001. Alguns dos casos são muito interessantes, na medida em que as empresas mudaram de produção para se adaptar ao novo contexto social na qual passaram a operar.
Almocei com o pessoal do seminário e começamos a articular uma colaboração com o projeto de diálogo sul-sul do IBASE - o IPPUR montou um grupo de pesquisa sobre movimentos sociais nos países em desenvolvimento, focando em África do Sul, Índia e Tailândia. Trocamos experiências sobre o que rola mundo afora, os uruguaios cheios de expectativa com a eleição de seu novo presidente. O diretor do CLACSO queria pagar meu almoço como se eu fosse conferencista do seminário, mas o generoso tíquete-refeição do IBASE me permitiu recusar a oferta, as ciências sociais na América Latina não estão com grana para desperdiçar.
De lá segui para a PUC, onde fui dar uma entrevista no canal da TV universitária. O programa era sobre voluntariado e a apresentadora me pediu para distinguir esse tipo de envolvimento do assistencialismo. Respondi baseado no Putnam, a importância da participação social, etc. O curioso foi que ela perguntou sobre a missão institucional do IBASE - fortalecer a democracia - querendo saber como isso se dá na prática. Tive que me segurar para não rir, porque entre nós, no instituto, é sempre motivo de brincadeira os objetivos para lá de ambiciosos do nosso querido local de trabalho.
No bloco em que participei falou também a coordenadora de um projeto comunitário da PUC chamado Unicom. Depois de nós entraram duas professoras do Serviço Social que se espantaram conosco: "Meu Deus, mas como eles são jovenzinhos"; "Puxa, mas que bom, legal ver a juventude envolvida". Elas sorriram e eu também, parecia cena de musical. Mesmo neste mundo de bowling alone, a gente ainda consegue viver momentos Broadway.
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