A Arte da Derrota
The art of losing isn´t hard to master
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.
Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn´t hard to master.
Elisabeth Bishop, “One Art”
A eleição de Bush é uma derrota violenta para todos os ideais políticos em que acredito. Não apenas no diz respeito às relações internacionais, mas também na separação entre Estado e religião. Os jornais nos indicam que questões como a proibição do aborto e do casamento gay foram fatores decisivos no apoio da “América profunda” aos republicanos, os tais valores morais citados pelos eleitores como principal causa da escolha de Bush.
Aparentemente, a Casa Branca foi ganha graças a um grupo de caipiras mais preocupados em regular a vida sexual dos vizinhos do que com o rumo da economia e da guerra no Oriente Médio. Como Pedro Doria escreveu no NoMínimo: “Mas talvez pela primeira vez desde o fim da Segunda Guerra, o ideal americano descolou-se do ideal de civilização do resto do Ocidente. Os EUA não representam mais o mundo criado pelo Iluminismo. São outra coisa, outro mundo, outra gente.”
Tenho me perguntado o que posso aprender dessa derrota. Conversamos muito sobre isso no trabalho, tanto nos papos informais no corredor quanto nas reuniões a respeito de projetos e eventos. Nosso diretor acha que a esquerda pode levar 20 ou 30 anos para oferecer uma plataforma política alternativa. Digo que pode ser uma boa oportunidade para promovermos um aggiornamento de nossas crenças, abandonar dogmas e pensamentos ultrapassados, renovar nossa linguagem para se adaptar a um mundo que se transforma rapidamente. Perder é uma arte como outra qualquer.
É preciso também conhecer melhor a nova direita americana. Quem são eles? O que pensam? Como se articulam? Pensemos, por exemplo, na influência das rádios conservadoras, de talk shows como o de Rush Limbaugh. Não adianta ficarmos eternamente presos a Chomsky ou Michael Moore, nossa necessidade é mapear o terreno do adversário, saber onde estão seus pontos fracos e suas linhas de fissura.
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.
Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn´t hard to master.
Elisabeth Bishop, “One Art”
A eleição de Bush é uma derrota violenta para todos os ideais políticos em que acredito. Não apenas no diz respeito às relações internacionais, mas também na separação entre Estado e religião. Os jornais nos indicam que questões como a proibição do aborto e do casamento gay foram fatores decisivos no apoio da “América profunda” aos republicanos, os tais valores morais citados pelos eleitores como principal causa da escolha de Bush.
Aparentemente, a Casa Branca foi ganha graças a um grupo de caipiras mais preocupados em regular a vida sexual dos vizinhos do que com o rumo da economia e da guerra no Oriente Médio. Como Pedro Doria escreveu no NoMínimo: “Mas talvez pela primeira vez desde o fim da Segunda Guerra, o ideal americano descolou-se do ideal de civilização do resto do Ocidente. Os EUA não representam mais o mundo criado pelo Iluminismo. São outra coisa, outro mundo, outra gente.”
Tenho me perguntado o que posso aprender dessa derrota. Conversamos muito sobre isso no trabalho, tanto nos papos informais no corredor quanto nas reuniões a respeito de projetos e eventos. Nosso diretor acha que a esquerda pode levar 20 ou 30 anos para oferecer uma plataforma política alternativa. Digo que pode ser uma boa oportunidade para promovermos um aggiornamento de nossas crenças, abandonar dogmas e pensamentos ultrapassados, renovar nossa linguagem para se adaptar a um mundo que se transforma rapidamente. Perder é uma arte como outra qualquer.
É preciso também conhecer melhor a nova direita americana. Quem são eles? O que pensam? Como se articulam? Pensemos, por exemplo, na influência das rádios conservadoras, de talk shows como o de Rush Limbaugh. Não adianta ficarmos eternamente presos a Chomsky ou Michael Moore, nossa necessidade é mapear o terreno do adversário, saber onde estão seus pontos fracos e suas linhas de fissura.
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