Carter no David Letterman
Na segunda meu irmão me chamou para assistir à entrevista do ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter, no programa de David Letterman. Me impressionou pela inteligência, bom humor e coragem. É raro ouvir um político desse calibre afirmar que a guerra do Iraque é injusta, desnecessária, e que esse tipo de ação unilateral deixa os Estados Unidos sem aliados e mais inseguros. Como o programa é gravado em Nova York ("o resto do país acha que nesta cidade só vivem judeus, intelectuais e comunistas, e também penso o mesmo, às vezes", como diz um personagem de Woody Allen) a platéia aplaudiu.
Meu irmão e eu conversamos sobre a presidência de Carter, a ênfase que ele deu aos direitos humanos e o prêmio Nobel da Paz que recebeu em 2002 - o pessoal em Oslo deu um recado sobre o tipo de líder que gostariam de ver nos EUA. Letterman perguntou a Carter se ele toparia monitorar as eleições presidenciais americanas, como fez em vários países e ex-presidente respondeu: "Bem, Dave, para que isso aconteça os dois lados precisam pedir minha ajuda, e francamente acho que isso seria um pouco difícil na Florida."
Por coincidência, na terça foi publicada a edição deste ano da "Cadernos de Sociologia e Política", a revista dos alunos do Iuperj. Ela contém um artigo meu sobre a política externa dos Estados Unidos. O título é "Do Fim da História à Guerra Preventiva", foi o primeiro capítulo da minha tese de mestrado e tenta mostrar como se desenvolveram, ao longo dos anos 90, os conceitos que formaram a Doutrina Bush.
Meu irmão e eu conversamos sobre a presidência de Carter, a ênfase que ele deu aos direitos humanos e o prêmio Nobel da Paz que recebeu em 2002 - o pessoal em Oslo deu um recado sobre o tipo de líder que gostariam de ver nos EUA. Letterman perguntou a Carter se ele toparia monitorar as eleições presidenciais americanas, como fez em vários países e ex-presidente respondeu: "Bem, Dave, para que isso aconteça os dois lados precisam pedir minha ajuda, e francamente acho que isso seria um pouco difícil na Florida."
Por coincidência, na terça foi publicada a edição deste ano da "Cadernos de Sociologia e Política", a revista dos alunos do Iuperj. Ela contém um artigo meu sobre a política externa dos Estados Unidos. O título é "Do Fim da História à Guerra Preventiva", foi o primeiro capítulo da minha tese de mestrado e tenta mostrar como se desenvolveram, ao longo dos anos 90, os conceitos que formaram a Doutrina Bush.
5 Comentarios:
Guerra preventiva é um termo ótimo. A imagem é ótima. Mas a pergunta que fica é... prevenir o quê? Ataques químicos com agentes raticidas? - Porque foi isso que encontraram por lá....
Segundo o seriado Sex & The City, em Nova York só existem dondocas endinheiradas que não arranjam marido, yupies cheios da grana e com medo de comprometimento e gays.
Quanto ao Carter... mesmo sendo um ex-presidente, é meio marginalizado na política dos Estados Unidos. Ele é engenheiro, e engenheiro não dá certo em política. Vide o que foi governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro. Sei lá, parece que as aulas de Física na faculdade são muito traumatizantes.
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Tive uma grande admiração pela habilidade do Carter naquele discurso que ele fez há dois anos (acho) em Cuba, lembra? A suavidade dele pra se aproximar do Fidel fez com que ele fosse o primeiro (ex-)presidente americano recebido pelo regime de Cuba. No discurso, ele foi firme, falou de tudo e foi ouvido. Isso que é diplomacia, não acha??
O Carter fez a campanha à presidência com o slogan "Não sou um advogado e não sou de Washington". Tempos de Watergate. Infelizmente o cenário eleitoral de hoje é outro.
Guerra Preventiva é um conceito assustador. Ele surgiu em 1992 com o propósito declarado de impedir a ascensão de um rival aos EUA. Claro que não foi o caso no Iraque, o conceito foi simplesmente adaptado ao contexto da "cultura do medo" pós-11 de setembro.
Não conheço o discurso do Carter em Cuba, mas ele teve uma atitude muito correta na Venezuela, atestando a correção do referendo pró-Chávez. Não é pouca coisa para a crise política no país.
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