Alemanha Ano Zero
"Por que ter medo do alemão?", perguntava um anúncio colado no mural da Escola de Comunicação da UFRJ. Ao que meu amigo Franklin respondeu com lógica irrefutável: "Porque os alemão vão invadir o morro." Pois é, mas eis que me torno um germanófilo.
É quase inevitável cursar pós-graduação na área de ciências sociais e não se interessar a fundo pela cultura alemã, o país tem uma quantidade inacreditável de pensadores do mais alto calibre, seja na filosofia (Kant, Hegel, Nietzsche, Heidegger, Hanna Arendt, Habermas), seja nas ciências sociais (Clausewitz, Marx, Weber, Simmel, Adorno, Benjamin). A lista está para lá de incompleta, mas serve como indicativo da riqueza do pensamento alemão.
No curso do Lessa sobre a guerra, estamos no meio de uma discussão sobre o modo como a literatura alemã retratou as tragédias dos conflitos mundiais, em particular a destruição das cidades pelo bombardeio aéreo. Eu sabia que isso tinha ocorrido, mas não fazia idéia da profundidade da catástrofe. A descrição do ataque a Hamburgo, em 1943, parece uma narrativa de punião divina extraída do Velho Testamento (o codinome militar era "Operação Gomorra").
Por conta do curso, comecei a ler o escritor Heinrich Boll. Ontem debatemos "O Anjo Silencioso", seu romance sobre a volta para a Alemanha de 1945, arruinada, de um soldado que lutou na guerra. Também discutimos "German Autumn", uma excelente reportagem de um jornalista sueco, Stig Dagerman, sobre a situação do país em 1946. Não é todo dia que se lê sobre alemães arriscando a vida por uma batata rolando entre os bondes.
O Iuperj agora está num breve recesso, por conta da reunião anual dos cientistas sociais brasileiros, mas retomaremos o curso no início de novembro para abordar os testemunhos dos que viveram durante o nazismo. Leremos o diário de Victor Klemperer, um professor universitário judeu que conseguiu sobreviver a todas as perseguições, e também uma obra menos conhecida, "Diary of a Man in Despair", de um conservador alemão - um aristocrata que desprezava os nazistas porque eles eram gente sem classe, que cuspia no chão.
Meu trabalho final para o curso provavelmente será um ensaio sobre "Alemanha Ano Zero", quer dizer, como a derrota de uma grande potência foi retratada na literatura e no jornalismo. É espantoso ver como a Alemanha se recuperou tão rapidamente.
É quase inevitável cursar pós-graduação na área de ciências sociais e não se interessar a fundo pela cultura alemã, o país tem uma quantidade inacreditável de pensadores do mais alto calibre, seja na filosofia (Kant, Hegel, Nietzsche, Heidegger, Hanna Arendt, Habermas), seja nas ciências sociais (Clausewitz, Marx, Weber, Simmel, Adorno, Benjamin). A lista está para lá de incompleta, mas serve como indicativo da riqueza do pensamento alemão.
No curso do Lessa sobre a guerra, estamos no meio de uma discussão sobre o modo como a literatura alemã retratou as tragédias dos conflitos mundiais, em particular a destruição das cidades pelo bombardeio aéreo. Eu sabia que isso tinha ocorrido, mas não fazia idéia da profundidade da catástrofe. A descrição do ataque a Hamburgo, em 1943, parece uma narrativa de punião divina extraída do Velho Testamento (o codinome militar era "Operação Gomorra").
Por conta do curso, comecei a ler o escritor Heinrich Boll. Ontem debatemos "O Anjo Silencioso", seu romance sobre a volta para a Alemanha de 1945, arruinada, de um soldado que lutou na guerra. Também discutimos "German Autumn", uma excelente reportagem de um jornalista sueco, Stig Dagerman, sobre a situação do país em 1946. Não é todo dia que se lê sobre alemães arriscando a vida por uma batata rolando entre os bondes.
O Iuperj agora está num breve recesso, por conta da reunião anual dos cientistas sociais brasileiros, mas retomaremos o curso no início de novembro para abordar os testemunhos dos que viveram durante o nazismo. Leremos o diário de Victor Klemperer, um professor universitário judeu que conseguiu sobreviver a todas as perseguições, e também uma obra menos conhecida, "Diary of a Man in Despair", de um conservador alemão - um aristocrata que desprezava os nazistas porque eles eram gente sem classe, que cuspia no chão.
Meu trabalho final para o curso provavelmente será um ensaio sobre "Alemanha Ano Zero", quer dizer, como a derrota de uma grande potência foi retratada na literatura e no jornalismo. É espantoso ver como a Alemanha se recuperou tão rapidamente.
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