sexta-feira, outubro 15, 2004

Dia do Professor

Me surpreendi ao abrir o e-mail hoje de manhã e encontrar uma mensagem de um ex-aluno me dando parabéns pelo dia do professor. Apesar de lecionar há quatro anos, e da enorme alegria e realização pessoal que isso representa para mim, me considero primordialmente um jornalista e cientista político, que entre outras tantas atividades, também dá aulas. Tanto melhor, tenho mais dias profissionais para comemorar.

Lecionar é uma experiência transformadora. A gente aprende a ficar mais atento às leituras, aprimora a capacidade de resumir um argumento, apresentar uma idéia ou uma seqüência de eventos. Ganha uma certa capacidade improvisação, porque os alunos sempre fazem perguntas surpreendentes, ou iluminam as aulas com perspectivas inesperadas. Fora as amizades que se formam em sala, o papo bem-humorado e inteligente depois de uma discussão. Em suma, o fato de que se aprende ensinando já era um provérbio na Roma Antiga, e continua tão verdadeiro agora quanto naquela época.

Tive bons professores nas várias escolas por onde passei, mas sem dúvida minha grande referência é o Iuperj. O próprio contexto da pós-graduação permite um convívio mais próximo, e a qualificação de meus mestres é inacreditável. Sem contar o exemplo de dedicação à profissão, o cuidado na seleção da bibliografia e no preparo das aulas. E, claro, as excentricidades que fazem a alegria da vida acadêmica.

Para o próximo ano, darei mais um passo nessa trajetória. Começarei a dar aulas em universidades, mais especificamente na pós-graduação em relações internacionais da Cândido Mendes. Tenho certeza de que será legal e faço meu o conselho do Talmude: “A gente nunca deve estudar sozinho, senão corre o risco de ter certeza”.
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