Uma Noite Feliz na Lapa
No sábado foi aniversário de um colega de doutorado e comemoramos com um chope na Lapa, vendo o jogo da seleção contra a Venezuela e contando com a presença de vários amigos de intercâmbio - o Iuperj é um ponto de passagem quase obrigatório para quem vem do exterior e está interessado em política brasileira. Ficamos de papo sobre o Iuperj, a carreira acadêmica, os bastidores do Itamaraty (o programa nuclear está fervendo!) , enfim, essas coisas que cientistas políticos conspiram juntos, em especial quando a cerveja está gelada.
Havia um grupo de advogados e advogadas argentinos que estão cursando o mestrado em política na Universidade Torquato di Tella (uma espécie de FGV de lá) e conversamos sobre as relações entre nossos países, sobre o estupendo cinema deles, etc. Uma delas, que está pesquisando a identidade latino-americana, me perguntou o que eu achava de seu tema, se isso era viável em nosso continente: "Escute, aqui estamos nós conversando, um brasileiro falando em espanhol e uma argentina respondendo em português. Se isso não é identidade latino-americana, o que é?".
O mais curioso da noite foi ter conhecido uma economista da Estônia que mora no Rio há cerca de um ano e meio, fazendo alguns trabalhos no meio ONG. Eu já tinha ouvido a respeito dela por intermédio de uma ex-estagiária e nossa conversa foi excelente. Não é todo dia que conheço alguém que enfrentou um tanque russo, nas barricadas pela independência de seu país.
O papo foi sobre um mundo sem fronteiras, e talvez sem muita raízes. Como disse a ela, me sinto mais próximo a muitos dos estrangeiros que tenho encontrado por aí do que em relação às pessoas de minha própria classe social no Brasil. Vinda de um pequeno país com forte tradição igualitária, minha amiga estoniana compreendeu imediatamente: ela também se chocara com o modo como a classe média brasileira vive em seu pequeno e estreito círculo, sem dar a mínima para o que se passa fora dele.
Nosso grupo multinacional fechou a noite no Rio Scenarium, ao som de bom samba. A paz mundial é possível, ao menos por algumas horas felizes na Lapa.
Havia um grupo de advogados e advogadas argentinos que estão cursando o mestrado em política na Universidade Torquato di Tella (uma espécie de FGV de lá) e conversamos sobre as relações entre nossos países, sobre o estupendo cinema deles, etc. Uma delas, que está pesquisando a identidade latino-americana, me perguntou o que eu achava de seu tema, se isso era viável em nosso continente: "Escute, aqui estamos nós conversando, um brasileiro falando em espanhol e uma argentina respondendo em português. Se isso não é identidade latino-americana, o que é?".
O mais curioso da noite foi ter conhecido uma economista da Estônia que mora no Rio há cerca de um ano e meio, fazendo alguns trabalhos no meio ONG. Eu já tinha ouvido a respeito dela por intermédio de uma ex-estagiária e nossa conversa foi excelente. Não é todo dia que conheço alguém que enfrentou um tanque russo, nas barricadas pela independência de seu país.
O papo foi sobre um mundo sem fronteiras, e talvez sem muita raízes. Como disse a ela, me sinto mais próximo a muitos dos estrangeiros que tenho encontrado por aí do que em relação às pessoas de minha própria classe social no Brasil. Vinda de um pequeno país com forte tradição igualitária, minha amiga estoniana compreendeu imediatamente: ela também se chocara com o modo como a classe média brasileira vive em seu pequeno e estreito círculo, sem dar a mínima para o que se passa fora dele.
Nosso grupo multinacional fechou a noite no Rio Scenarium, ao som de bom samba. A paz mundial é possível, ao menos por algumas horas felizes na Lapa.
1 Comentarios:
Seu post vem ao encontro de um tema que vem me martelando há dias. A verdadeira felicidade está nas coisas simples da vida.
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