quarta-feira, fevereiro 09, 2005

Tio Ricky x Dr. Rogério

Ontem minha tia pediu votos para eliminar o Dr. Rogério do Big Brother, acrescentando que ela e tio Ricky estavam conectados à Internet atacando o médico pit-boy do programa. É a primeira vez que vejo a Família envolvida em uma campanha eleitoral, embora haja rumores de que meu bisavô era lacerdista. Cenas semelhantes ocorreram em várias outras casas brasileiras, pois o dr. Rogério bateu o recorde de rejeição, com 92% dos 31 milhões de votos. E hoje os jornais nos contam que ele também perdeu o emprego, porque disse no ar que roubava Viagra do hospital onde fazia residência, para dar aos amigos.

Nesta Quarta-feira de Cinzas, podemos avaliar quem foi a musa do Carnaval. Luma de Oliveira? Juliana Paes? Larry Rother? O correspondente do NY Times bem que tentou, virando letra de um inesquecível samba do bloco dos jornalistas cariocas, Imprensa que eu gamo: "Ele não gosta de cachaça / Ele não entende de mulher / Uh, Larry Rother! / Será que ele é?". Mas não houve jeito: o título de musa vai mesmo para Jean do Big Brother.

A ascensão ao título começou na quinta-feira, quando foi escolhido líder. Até então a prova para a liderança era sempre baseada em sorte/azar, mas a Globo resolveu modificar o método e aplicou um teste de conhecimentos gerais sobre o Big Brother. "Dessa parada de conhecimento eu não entendo muito não", dissera o dr. Rogério. Claro que foi manipulação da emissora para dar a vitória a Jean, o único capaz de pronunciar palavras com mais de quatro sílabas. Quem gosta de justiça e eqüidade é intelectual. O povo quer é intervenção divina, mesmo que da Vênus Platinada do Jardim Botânico.

Quando Jean virou líder, a vizinhança aqui de casa irrompeu em gritos. Cheguei a pensar que fosse por causa de um jogo do Vasco, que acontecia ao mesmo tempo, mas no jornal do dia seguinte havia relatos do mesmo acontecendo em outros lugares, inclusive num bordel que interrompeu as atividades durante a prova. A coisa está séria, se o dr. Rogério não tomar cuidado, apanha na rua igual a vilão de novela. Em Santa Teresa, ele nem pisa - teria que enfrentar o tio Ricky, e eu ainda contribuiria soltando o Lorde.

Agora é ver como os pit-brother vão reagir à perda do macho-alpha do bando. A melhor avaliação até o momento veio de Karla, numa sincera auto-crítica: "Como é que a gente vai fazer sem o Rogério? São os meninos que pensam por nós nesta casa!".
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