Najaf
Venho acompanhado de longe a situacao do cerco a Najaf e ao templo de Iman Ali. Nao porque nao me interesse (estou muito interessado no que vai acontecer), mas porque esse cerco prolongado me dah uma sensacao estranha no estomago, fico sem reacao ao que estah acontendo. Como o episodio em Najaf ainda estah em andamento ao mesmo tempo em que escrevo, fica dificil esbocar qualquer perspectiva mais teorica sobre qual o seu significado ou sobre seus futuros efeitos. Como tinha dito anteriormente, pensei em escrever antes, nao consegui, mas aqui vao alguns pensamentos soltos sobre o que estah acontecendo.
A primeira coisa a saber eh se Al-Sadr vai sair vivo disso tudo. Se ele sobreviver ao massacre que se anuncia na cidade, vai ficar muito dificil ignora-lo como forca politica no Iraque. Os americanos, sem querer, qualificaram-no como oposicao e lider de uma maioria xiita que ve a ocupacao norte-americana como ilegitima e abusiva e que tem certeza de que o governo iraquiano atual eh um mero fantoche. Para quem jah leu declaracoes de Al-Sadr, ele nao eh o tipico fundamentalista de carteirinha, tipo Osama. Alias, ele tem um papo bem nacionalista, criticando fortemente os xiitas iranianos.
Com este cerco, tambem fica patente o desastre americano no Iraque. Esses bolsoes de resistencia multiplicam-se. Cada vez mais, a guerra tranforma-se em uma guerra civil, a la Vietnam. Eh o tipo de guerra que como dizia Kissinger, voce nao tem como ganhar, voce soh tem como perder. O tempo gasto no Iraque com as tropas americanas cria mais tensao na sociedade daqui e nao resolve o propalado "combate ao terrorismo".
Najaf tambem eh a expressao perfeita dos problemas que uma democracia no Iraque vai encontrar. Em um soh lugar, metaforicamente, concentram-se os problemas adiante: diferentes grupos islamicos (xiitas e sunitas), milicias armadas, a presenca futura constante de tropas americanas no pais, lideres que se credenciam na resistencia, ponto focal de atracao de "soldados estrangeiros" para a causa (nos moldes da Guerra Civil Espanhola, guardadas as proporcoes).
Aguardemos os acontecimentos.
A primeira coisa a saber eh se Al-Sadr vai sair vivo disso tudo. Se ele sobreviver ao massacre que se anuncia na cidade, vai ficar muito dificil ignora-lo como forca politica no Iraque. Os americanos, sem querer, qualificaram-no como oposicao e lider de uma maioria xiita que ve a ocupacao norte-americana como ilegitima e abusiva e que tem certeza de que o governo iraquiano atual eh um mero fantoche. Para quem jah leu declaracoes de Al-Sadr, ele nao eh o tipico fundamentalista de carteirinha, tipo Osama. Alias, ele tem um papo bem nacionalista, criticando fortemente os xiitas iranianos.
Com este cerco, tambem fica patente o desastre americano no Iraque. Esses bolsoes de resistencia multiplicam-se. Cada vez mais, a guerra tranforma-se em uma guerra civil, a la Vietnam. Eh o tipo de guerra que como dizia Kissinger, voce nao tem como ganhar, voce soh tem como perder. O tempo gasto no Iraque com as tropas americanas cria mais tensao na sociedade daqui e nao resolve o propalado "combate ao terrorismo".
Najaf tambem eh a expressao perfeita dos problemas que uma democracia no Iraque vai encontrar. Em um soh lugar, metaforicamente, concentram-se os problemas adiante: diferentes grupos islamicos (xiitas e sunitas), milicias armadas, a presenca futura constante de tropas americanas no pais, lideres que se credenciam na resistencia, ponto focal de atracao de "soldados estrangeiros" para a causa (nos moldes da Guerra Civil Espanhola, guardadas as proporcoes).
Aguardemos os acontecimentos.
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