Balzac e a costureirinha chinesa
Ainda os filmes do fim de semana: há quatro anos, fiz uma reportagem sobre gastronomia no Fashion Mall (ah, esse meu passado inconfessável!) e uma das jornalistas presentes comentou comigo sobre um romance que tinha acabado de ler e do qual gostara muito, “Balzac e a costureirinha chinesa”. O enredo: uma jovem do interior da China descobre a literatura em plena Revolução Cultural e isso muda sua vida.
Folheando os cadernos culturais na semana passada, vi que a adaptação cinematográfica do livro tinha estreado, mas sem nenhum destaque por parte da imprensa. Assisti ao filme no domingo à noite e fiquei maravilhado. Ele começa com dois rapazes da cidade chegando a um vilarejo nas montanhas para sua “reeducação” durante os dias difíceis do conflito entre Mao e a velha liderança do Partido Comunista, no início dos anos 70. No campo, eles se apaixonam pela costureirinha do título. Quando encontram um baú cheio de livros estrangeiros proibidos, principalmente literatura francesa e russa (Balzac, Stendhal, Gogol, Dostoievski) resolvem ler as obras em voz alta para a jovem analfabeta.
O filme é de uma leveza impressionante, um hino de amor à vida e à literatura, mesmo nas condições mais adversas. Há seqüências antológicas, como os rapazes narrando filmes para os camponeses, tocando sonatas de Mozart ao violino ou chorando ao ler uma passagem especialmente bonita de Balzac sobre a liberdade.
É também uma história muito boa sobre como livros, e a cultura de modo geral, mudam a vida das pessoas ao mostrar que o mundo é grande e cheio de diversidade e de possibilidades. Nem sempre isso é fácil, e o filme lida bem com isso – não contarei o final, mas adianto aos fãs de teatro clássico que lembra “A Casa de Bonecas”, de Ibsen, que não por acaso foi um estrondoso sucesso na China revolucionária.
O epílogo, ambientado nos dias atuais, é um excelente resumo das grandes transformações que ocorreram naquele país. Parece um pouco o “Brilho Eterno” pela importância dada às lembranças, em especial a juventude – mesmo que passada num fim de mundo, em processo de reeducação e trabalhos braçais.
Folheando os cadernos culturais na semana passada, vi que a adaptação cinematográfica do livro tinha estreado, mas sem nenhum destaque por parte da imprensa. Assisti ao filme no domingo à noite e fiquei maravilhado. Ele começa com dois rapazes da cidade chegando a um vilarejo nas montanhas para sua “reeducação” durante os dias difíceis do conflito entre Mao e a velha liderança do Partido Comunista, no início dos anos 70. No campo, eles se apaixonam pela costureirinha do título. Quando encontram um baú cheio de livros estrangeiros proibidos, principalmente literatura francesa e russa (Balzac, Stendhal, Gogol, Dostoievski) resolvem ler as obras em voz alta para a jovem analfabeta.
O filme é de uma leveza impressionante, um hino de amor à vida e à literatura, mesmo nas condições mais adversas. Há seqüências antológicas, como os rapazes narrando filmes para os camponeses, tocando sonatas de Mozart ao violino ou chorando ao ler uma passagem especialmente bonita de Balzac sobre a liberdade.
É também uma história muito boa sobre como livros, e a cultura de modo geral, mudam a vida das pessoas ao mostrar que o mundo é grande e cheio de diversidade e de possibilidades. Nem sempre isso é fácil, e o filme lida bem com isso – não contarei o final, mas adianto aos fãs de teatro clássico que lembra “A Casa de Bonecas”, de Ibsen, que não por acaso foi um estrondoso sucesso na China revolucionária.
O epílogo, ambientado nos dias atuais, é um excelente resumo das grandes transformações que ocorreram naquele país. Parece um pouco o “Brilho Eterno” pela importância dada às lembranças, em especial a juventude – mesmo que passada num fim de mundo, em processo de reeducação e trabalhos braçais.
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